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Opinião
Quinta - 24 de Abril de 2014 às 08:31
Por: João Edsom

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O mais candidato de todos os candidatos ao Palácio Paiaguás até o momento está envolto em grandes dilemas: com quem vai e contra quem vai disputar as eleições de 2014. O tempo, um grande inimigo de quem entra numa disputa como oposição, vai passando a galope e junho está próximo. As indefinições do cenário político dificultam a consolidação efetiva para ser o favorito absoluto no próximo pleito.

O arco de aliança ainda é indefinido tanto para oposição quanto para situação, mas neste caso o prejuízo maior é da oposição. Estamos no final de abril e tudo está atrasado. Esta indefinição dificulta a formulação de um discurso e de um projeto convincente. Sem falar que favorece os críticos, principalmente os de interesses e os pagos para gerarem fatos depreciativos, comuns ao período pré-eleitoral.

Pedro Taques tem ao seu lado dois prefeitos das três maiores cidades do Estado: Cuiabá e Rondonópolis. Sem falar que é muito bem votado na segunda maior cidade do estado, Várzea Grande. Mas as indefinições e os constantes ‘disse me disse’ fazem com que a consolidação do candidato favorito não aconteça efetivamente. Os membros do arco de aliança não têm colaborado, uns por falta de tempo e outros por espalhar mais que aglutinar forças.

"O prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz, um político intelectualizado, articulado, mas de difícil trato, tem se colocado em rota de colisão quando o assunto é a composição do palanque eleitoral"

O prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz, um político intelectualizado, articulado, mas de difícil trato, tem se colocado em rota de colisão quando o assunto é a composição do palanque eleitoral. Ao propor uma ampla aliança, independente do histórico político dos possíveis aliados, isto desagrada à direção estadual do PDT e o próprio senador Pedro Taques.

Para muitos pedetistas, é melhor perder bem acompanhado que vencer mal acompanhado e ter a gestão complicada no futuro. A pergunta que fica é se dá para fazer política hoje sem arrastar parte das contradições partidárias, tão cultural à politica brasileira.

Outro aliado é o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, que está envolto a duas grandes questões: uma de ordem pessoal, que é a saúde de sua esposa, e outra que é o fato de ser o prefeito da capital que está afogada com as obras para o evento da Copa do Mundo que ocorrerá em junho e julho. Isto tira praticamente todo seu tempo de fazer política futura e de organizar um palanque eleitoral em torno de seu prestígio.

O forte desejo de impor um candidato a vice ou um candidato ao senado pelos partidos aliados tem sido outro empecilho. Não sei se dizem isso quando estão na presença do senador, mas longe dele todos afirmam que colocarão o vice ou o candidato a senado. São apenas duas vagas para seis, sete ou mais partidos. Não cabe tanta gente. Interesses particulares e discursos desconexos têm atrapalhado muito.

Outro fator preponderante são os adversários: contra quem será a disputa? Uma eleição tem dois ou, no máximo, três candidatos com reais chances de serem eleitos. Esta já tem um: o próprio Pedro. Mas como se chamam os outros? Será um? Dois? Mas, quem? Como formular um discurso forte se ainda não sabe contra quem irá disputar? Sua fala é de forte oposição a atual gestão, mas só isso não dá. Precisa saber o nome, ou nomes. Esta guerra de indefinições tem sido mais vantajosa para a situação que para a oposição.

Revendo o histórico de eleição para governo em Mato Grosso, só no pós-abertura política, vamos ver que Carlos Bezerra oposição ou governador Júlio Campos consolidou a disputa um ano antes do pleito e isso se repetiu com Jayme Campos ao sucedê-lo. Assim também foi com Dante de Oliveira ao tomar para si o poder das mãos de Jayme Campos.

No primeiro ano de reeleição a oposição demorou na articulação e Dante permaneceu no poder. Em 2001 foi uma eleição atípica, e o hoje senador Blairo Maggi foi eleito e depois reeleito com folga, também pela demora e por falta de uma articulação mais coesa do grupo oposicionista. Fato que se repetiu na eleição do governador Silval Barbosa, cujas articulações oposicionistas se deram já com a eleição praticamente em curso.

Diante de tantos dilemas fica a pergunta: teremos uma eleição atípica novamente ou a história vai seguir seu curso normal? Mas que a oposição está muito atrasada não resta dúvida.



Autor

João Edsom

JOÃO EDISOM é professor universitário e cientista político

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