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Opinião
Terça - 15 de Julho de 2014 às 14:32
Por: José Antonio Lemos dos Santos

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A Copa 2014 passou e já virou história. Deu Alemanha, merecidamente. Pena que a seleção brasileira tenha sido um fracasso. Ruim, não por ter perdido, mas por não ter merecido ganhar.

O brasileiro não merecia que um de seus mais queridos patrimônios, sua seleção de futebol, fosse tão malpreparada como nesta Copa em seu próprio país. Era para redimir 50 e redimiu para pior!

Mas a seleção reflete muito bem o nosso país, rico, cheio de potenciais, clima maravilhoso, sem terremotos ou vulcões, uma gente boa, ordeira e trabalhadora, mas com dirigentes que nunca estão à altura, em todos os poderes e instâncias. E não é de hoje.

O sucesso que alcançamos em algumas áreas é fruto do trabalho, criatividade e persistência do povo. E assim nossas seleções com seus jogadores. "Na contramão, vem a má notícia da suspensão da linha Cuiabá-Santa Cruz de la Sierra, criada para a Copa, mas com planejamento de continuidade"

Desta vez, porém, os dirigentes chegaram ao inimaginável expondo nossos craques e o povo torcedor a uma humilhação sem precedentes, em sua própria casa.

Contudo, para Cuiabá a Copa foi um sucesso. Por formação profissional trabalho com o futuro e já devíamos estar pensando no Tricentenário.

Mas, como cuiabano, gosto de parar um pouco para saborear o presente em algumas vitórias, em especial estas que vieram apesar de tantas oposições, previsões negativas, ciladas etc. E os resultados positivos continuam aparecendo.

Na semana passada, um importante instituto publicou o resultado de uma pesquisa feita em Cuiabá com moradores e turistas da Copa do Pantanal na qual 91,6% dos visitantes aprovaram a Copa em Cuiabá e recomendariam Mato Grosso como destino turístico.

Para 86,3% dos moradores a Copa foi fundamental para as transformações na cidade e 73% avaliaram positivamente estas transformações.

Ainda segundo a pesquisa, 72,5% dos cuiabanos acham que Cuiabá não passou vergonha, como temiam antes da realização dos jogos.

Cuiabá também ganhou a simpática propaganda da Skol contrapondo os 40 graus acima e abaixo de zero da cidade e da Rússia, cuja seleção e seus torcedores vieram para uma das partidas da Copa do Pantanal.

Lembra aquela música do Skank, da década de 90, que falava em “como não sentir calor em Cuiabá”.

Bem aproveitadas essas citações se transformam em emprego e renda. Junto a outros potenciais turísticos, o calor é um diferencial que Cuiabá e o estado podem oferecer aqueles bilhões de pessoas do planeta que vivem no frio extremo e têm vontade de conhecer as condições de clima opostas às suas.

Assim como nós buscamos conhecer as belezas da neve e do frio intensos.

Na contramão, vem a má notícia da suspensão da linha Cuiabá-Santa Cruz de la Sierra, criada para a Copa, mas com planejamento de continuidade.

A suspensão é atribuída à Receita Federal, porém prefiro apostar no desleixo e pouco caso de nossas autoridades, e isso vale para todos, desde os prefeitos e vereadores da Grande Cuiabá, governador, deputados estaduais e federais, senadores e todos os seus subalternos, todos muito bem remunerados para zelar pelas coisas do interesse de nossa gente.

Não podiam deixar chegar a esse ponto. Por sua posição centro-continental, Cuiabá tem vocação para ser um dos principais hubs aeroviários da América do Sul, outro diferencial que pode significar empregos e renda.

Esse voo internacional entrava como um dos principais legados da Copa do Pantanal e Mato Grosso não pode perdê-lo.

Suspenso aqui, a linha iria para Porto Velho, assim como já perdemos a mesma linha para Campo Grande, na década de 90.

Será que também querem desmoralizar esse grande potencial da cidade, como fizeram com o gás que chega a Cuiabá, mas poucos usam por falta de credibilidade?

Assim como os dirigentes do nosso futebol conseguiram fazer com nossa seleção?

Vamos perder de novo esse importante voo?

JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS, arquiteto e urbanista, é professor universitário em Cuiabá.



Autor

José Antonio Lemos dos Santos

JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS é arquiteto e urbanista e professor universitário.

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