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Opinião
Sexta - 12 de Setembro de 2014 às 09:39
Por: Lourembergue Alves

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As disputas eleitorais estão na derradeira fase. Nesta, ao contrário do que se poderia ter, ocorrem às acusações mútuas, acompanhadas de plantações de notícias.

Quadro lamentável, pois empobrece bastante o tablado da política mato-grossense. Estranhamente defendido por alguns, em especial gente que se encontra no meio da campanha, sempre com a argumentação de que tudo isso é próprio desta fase.

Pode até ser. Mas bem que deveria ser de outro modo, com o embate de ideias, de projetos e visões diferenciadas sobre as realidades do Estado.

O que atrairia, sem dúvida, maior atenção do eleitorado, e possibilitaria a este escolher a melhor das opções, não ficar preso entre a ruim e a péssima alternativas.

A situação só não se encontra pior porque a maioria dos eleitores não estuda, nem analisa os lances da disputa eleitoral. Pois, se assim ela o fizesse, notaria a falta de uma variação de estratégias dos candidatos. "No quadro atual, dificilmente o retrato das urnas do dia 5 de outubro será diferente do que já se tem, via pesquisa."

Falta que é substituída pelas agressões com palavras, em uma tentativa de desqualificar a pessoa dos adversários. Isso é revelador.

Revela o despreparo e a ausência de conteúdo de quem se vale desta artimanha. Pois quem está preparado, sempre atacaria as ideias e as propostas apresentadas pelos concorrentes, nunca a pessoa destes.

Esse tipo de desqualificação em nada contribui para a desconstrução da imagem do outro. Equivocam-se quem pensa de maneira diferenciada. Mas tornam os ‘agressores’ ainda mais iguais entre si.

Detalhe desconhecido pelo Wellington Fagundes e pelo Rogério Salles, bem como por suas equipes políticas e de marketing.

Tanto que esses dois candidatos ao Senado abriram mão da tática do propor, preferindo o bate-boca. Bate-boca que certamente favoreceria a um terceiro candidato, a exemplo do que aconteceu nas eleições de 2010, com o Pedro Taques aproveitando-se das brechas provocadas pela briga desmedida entre o Carlos Abicalil e o Antero de Barros.

Acontece, porém, que inexiste - na atual disputa - esse terceiro nome, com potencial eleitoral o bastante para atrair a camada de eleitor descontente com a atuação do tucano e do republicano.

O Rui Prado e o Gilberto estão longe de se apresentarem como tal. Por conta disso, as acusações desnecessárias e sem importâncias continuarão preenchendo os espaços do horário político do Wellington Fagundes e do Rogério Sales.

Acusações que também podem ser vistas e ouvidas nas propagandas políticas dos candidatos ao governo do Estado. Isso é ruim.

Mesmo que inexista alternativa para os candidatos governistas, uma vez que se encontram lá atrás nas pesquisas de intenções de votos. Daí a tentativa de encurralarem o Pedro Taques, até para desequilibrá-lo. E o tal desequilíbrio, ou o início dele, pode ser percebido quando o líder dá atenção às provocações e/ou revida as agressões.

O que abre toda uma situação favorável ao Lúdio Cabral e ao José Riva. Sorte do pedetista é que o ex-vereador-candidato e o deputado-candidato são incapazes de aproveitar a dita situação. Por isso patinam na pista ensaboada pelas obras inacabadas, com seus patins presos em meio às ilhas criadas pelos desacertos do governo estadual.

Diante disso, dificilmente o retrato das urnas do dia 5 de outubro será diferente do que já se tem, via pesquisa.



Autor

Lourembergue Alves

LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e articulista

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