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Opinião
Domingo - 23 de Abril de 2017 às 10:45
Por: Sérgio Mauro

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Os exemplos devem ser sempre lembrados, especialmente os de repercussão internacional, demonstrando, a mais valer, o sentimento patriótico de que se reveste.

No mundial júnior de 1983, em Porto Rico, aconteceu um fato a nos cobrir de orgulho pela atitude de um fenomenal judoca brasileiro, Aurélio Miguel.

Na final sobre o japonês Thomura, com a vitória do atleta brasileiro, os organizadores informaram que não seria tocado o hino nacional, visto a organização do evento não ter a gravação.

Dizem que Aurélio Miguel ficou sabendo que nunca chegaram a cogitar que um brasileiro pudesse ganhar o mundial.

Indignado, o brasileiro se reusou a subir ao pódio. Após muita discussão, aceitou uma sugestão, ainda mais sublime, seus companheiros de seleção cantariam o hino nacional. E assim foi feito, juntando-se o espírito de equipe com a honra de ouvir o hino pátrio, sob as lágrimas de um guerreiro.

Rememoramos o episódio com alegria, em oportuno ao contraste de um país tragado pela corrupção, sem sentimento de orgulho e tampouco de veneração pelos seus heróis.

Aristóteles observou: "Se houvesse duas categorias de homens tais que a primeira diferisse da segunda tanto quanto se julgava que os deuses e os heróis diferiam dos homens, sobretudo pela valentia física e pelas qualidades da alma, então sem dúvida ficaria evidente a superioridade dos governantes sobre os governados etc." (Pol., VII, 14, 1332b 17).

Acontece que os exemplos de cima não nos servem. E os de baixo, como têm acontecido com as constantes pilhagens aos veículos de carga acidentados, também não. E como construir uma nação de pessoas honradas, assim?

A veneração aos heróis é um caminho, claro que aliada a outros, que aqui somente citamos, até para se evitar termos panfletários - educação, saúde, segurança e renda digna-.

É no hábito, com a necessária repetição de comportamentos de excelência moral, de forma uniforme, por mecanismos análogos aos mecanismos naturais, torna o resultado agradável (Aristóteles).

Sabemos que a democracia, com seus vícios, e um deles é a manifesta arrogância de quem não se deixa refletir, nos faz refém do tempo. A paciência, aqui, nos faz monge; mas é preciso acreditar.

Homenagens eternas a Aurélio Miguel, que, com o seu exemplo de amor pela pátria amada Brasil, nos acalenta a alma e nos torna esperançosos no povo que habitamos.

É por aí...

Gonçalo Antunes de Barros Neto escreve aos domingos em A Gazeta (email: antunesdebarros@hotmail.com).



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