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Opinião
Quarta - 27 de Maio de 2020 às 11:00
Por: Gonçalo de Barros

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O jornal A Gazeta completou 30 anos, retratando e descortinando acontecimentos de interesse de seus leitores. É uma honra, sempre, poder me comunicar com os amigos e amigas do Bedelho.Filosófico através deste importante canal de comunicação social.

Como articulista de A Gazeta, com mais de 300 artigos escritos, ressalta-se, nunca sofri qualquer interferência de sua direção no conteúdo deles e tampouco em minha conformação ideológica ou mesmo reflexiva. É de dever tornar público isso.

Antes, já havia escrito em outros jornais, tendo trabalhado no O Estado de Mato Grosso e na Rádio Cultura, no calor da mocidade, também recepcionado com a mesma postura.

Bem disse Pessoa que a religião e o jornalismo são as únicas forças verdadeiras (Ideias estéticas – da literatura). Quando se diz que o jornalismo é um sacerdócio, (...) é um sacerdócio porque tem a influência religiosa de um sacerdote.

Nesse pensamento, o jornal, escrito, não morrerá, nunca! É dele um singular espaço/tempo no mais dos sublimes momentos literários. É somente nele que a palavra é sem correção. Ali está escrito o que não se volta, não se corrige e, portanto, indelével.

Jornalismo é literatura, literatura datada. Não menos importante, busca a imortalidade num tempo de horas. E nisso, é maior, é gigante.

Grandes escritores se formaram nos jornais impressos. José de Alencar, Machado de Assis, Olavo Bilac trabalharam em redações de jornais. ‘Os Sertões’, de Euclides da Cunha, por exemplo, nasceu de reportagens dele para O Estado de São Paulo no final do século XIX. Pode-se acrescentar tantos outros, Oswald de Andrade, João Ubaldo Ribeiro, Otto Lara Resende, Antonio Callado, Rubem Braga etc., para ficar só nos brasileiros.

A frase de Eça de Queirós é lapidar: ‘Nas nossas democracias a ânsia da maioria dos mortais é alcançar em sete linhas o louvor do jornal. Para se conquistarem essas sete linhas benditas, os homens praticam todas as ações – mesmo as boas’.

Mas não é pela época em que afirmada, a frase de Eça de Queiroz se torna atual na medida em que sabemos que boa parte da pauta dos sites de notícias tem origem no jornal impresso. Ainda, de sua verve editorial, só se defende no seu tempo, que não é o real, que se conta por aí (...).

O espaço e o tempo não fazem parte do mundo que aí está, visível, dos acontecimentos e coisas. Fazem parte do nosso aparelho mental, do nosso dispositivo para a apreensão do que nele há (Kant, por Popper). Percebe-se a importância do que se escreve nos jornais? Reformatar o que o aparelho mental nos fez apreender em cada espaço/tempo considerado de um jornal impresso não é tarefa para um humano ou uma ciência qualquer.

Com o jornalismo impresso, ficção não há, gravado está; depois, compartilhar para agradar àqueles que da internet, conhece por lá.

Um forte grito de mais vida, e vida recheada de notícias, para A Gazeta. Aqui fincamos o nosso discurso, expresso em palavras escritas, sempre na tentativa de entender o mundo, as coisas, os conceitos, pois os humanos, complexidades por demais, há.

São os votos da página Bedelho.Filosófico (Face, Insta e You Tube).

É por aí...

GONÇALO ANTUNES DE BARROS NETO é graduado em Filosofia e Direito (UFMT), MBA/FGV, das Academias de Magistrados e de Direito Constitucional, poeta e articulista aos domingos de A Gazeta.



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