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Opinião
Sexta - 28 de Janeiro de 2022 às 07:26
Por: João Edisom de Souza

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O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu com o nome de ecodesenvolvimento nos anos 1970. Foi fruto do esforço para encontrar uma terceira via opcional àquelas que opunham, de um lado, desenvolvimentistas e, de outro, defensores do crescimento zero. Para estes últimos, chamados de "zeristas" ou (pejorativamente) "neomalthusianos", os limites ambientais levariam a catástrofes se o crescimento econômico não cessasse.


O Estado de Mato Grosso, assim como todos os demais estados brasileiros que não fazem limítrofe com o oceano atlântico, exceto Minas Gerais, foram relegados ao esquecimento e ao abandono por quase 500 anos. Apenas na década de 60 do século passado, com a inauguração de Brasília, no planalto central, que o Brasil iniciou um olhar tímido para as suas costas, já que somos uma população com os olhos voltados para o mar.


Acontece que justamente no momento que o Centro Oeste, Oeste e Norte do Brasil começam a se tornar visíveis economicamente (melhoria de vida), o combate a forma de crescimento econômico destas regiões se torna massivo e até agressivo. E pasmem, vindo de pessoas que habitam locais cuja exploração da natureza foi e ainda é a pior possível. Gente cuja genética e passado são condenáveis!

Se jogarmos fora do embate hipócrita do viver meramente de ativismo, temos que entender que o desenvolvimento sustentável tem alto custo e vai beneficiar futuras gerações que ainda não votam, nem pagam impostos. Mas aplica-lo neste momento da forma que os ativistas querem simplesmente jogaria milhões de pessoas na completa miséria. Daí vem a grande dificuldade em sensibilizar os governos para a questão, porque alguém tem que pagar esta conta.

O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu com o nome de ecodesenvolvimento nos anos 1970


Fazendo uma analogia com o direito do consumidor, onde a pessoa que dá prejuízo a outra tem que ressarcir, fica a pergunta: não seria a hora de discutir o prejuízo ambiental causado pelas nações de primeiro mundo e pelos estados que se julgam empoderados de nossa nação?

Enquanto estes destruíam a natureza para obter lucro e vida melhor, os países amazônicos e o oeste brasileiro padeciam de todo tipo de necessidade. Não é hora de uma recompensa econômica e sustentável também?

Do ponto de vista da Economia Ambiental, os recursos naturais (como fonte de insumos e como fonte de serviços ecossistêmicos) não representam, no longo prazo, um limite absoluto à expansão da economia. Prova disso é a substituição e o avanço da tecnologia de produção de alimentos processados. Mas o agora como fica?

Essa posição se apoia em duas premissas. Primeiro: não há limites para o progresso científico/tecnológico aumentar a eficiência no uso de recursos naturais (eficiência ecológica); e segundo: o capital, trabalho e recursos naturais são perfeitamente substituíveis entre si. Quem mora em Paris ou na paulista vai ficar só no ganho-ganha?

O desenvolvimento sustentável não é uma bandeira meramente ideológica como muitos querem. É um direito humano, portanto cabe sim que países mais desenvolvidos e estados mais desenvolvidos paguem a conta dos prejuízos que já deram a natureza, viver em locais inexplorado é infinitamente mais caro do que viver onde tudo já foi devastado, logo esta conta não fecha!

Se hoje estão em melhores condições é justamente por terem desrespeitado a natureza ao seu limite máximo para adquirir dividendos e desenvolvimento.

Então hoje traga politicas que recompense as novas fronteiras em desenvolvimento, com investimento em tecnologia e em qualidade de vida para aqueles que historicamente ficaram séculos alijados das benesses adquirida através do usufruto desenfreado dos recursos naturais em outros locais, justo os mais habitados. Afinal, devemos preservar o ambiente para quem senão para as espécies, principalmente a humana?

João Edisom de Souza é analisa político em MT.



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