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Educação/Vestibular
Terça - 27 de Agosto de 2013 às 06:55
Por: Otmar de Oliveira

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Continua por tempo indeterminado a greve dos professores da rede estadual de ensino, iniciada no dia 12 de agosto em busca de reajuste salarial e outras melhorias. O motivo, é que não houve acordo e nem avanços na primeira reunião com integrantes do governo no dia 16 deste mês. Dessa forma, em assembleia geral da categoria realizada na segunda-feira (26), na Escola Estadual Presidente Médici em Cuiabá foi decidido que a greve segue adiante. Com isso, os 79% das 744 escolas que já aderiram à paralisação, continuam com as portas fechadas e cerca de 500 mil estudantes seguem sem aulas. Tem ainda 3% das escolas parcialmente paralisadas. A maioria das unidades que ainda não aderiram ao movimento grevista está localizada na zona rural.


 
De acordo com o presidente Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Henrique Lopes do Nascimento, a paralisação vai prosseguir até o “governo do Estado ter o compromisso de não tratar as coisas do ponto de vista pessoal, pois estamos falando de políticas públicas para uma área essencial que é a educação”, ressalta o sindicalista. Na pauta de reivindicações, os docentes exigem a aplicação dos 35% dos recursos do Estado em educação, a realização de concurso público, cumprimento da hora-atividade, investimento nas unidades escolares e compromisso de valorização profissional do trabalhador por meio da dobra do poder de compra num prazo de no máximo 7 anos.


 
O governo do Estado, por meio dos secretários de Educação Ságuas Moraes e de Administração, Francisco Faiad, fez reunião com a categoria no dia 16 e apontou um calendário de chamamento dos classificados no último concurso público em 2010. Mas o sindicato segue irredutível, pois alega o número informado está longe de suprir a quantidade de cargos vagos na rede estadual ensino. Pela proposta apresentada pelo governo, seria elaborado um calendário para dar posse aos técnicos e servidores de apoio administrativo. Até novembro deste ano também haveria a convocação de mais 500 professores.


 
Segundo o presidente do Sintep, dos 22,5 mil professores que atuam na rede estadual, mais de 50% são por meio de contratos temporários. Quando somados todos os funcionários, incluindo ai os servidores que atuam no suporte pedagógico, limpeza e outras áreas, são 36 mil trabalhadores da educação no Estado. “Mas a situação é a mesma. A quantidade de contratados é mais da metade desse total. Queremos que o governo convoque imediatamente os servidores classificados no concurso de 2010 e lance novo concurso para a educação”, diz Henrique. Ele disse que conforme levantamentos feitos pelo Sintep, o governo tem condições financeiras para atender o pleito da categoria. “Basta esse governo gostar e começar a cumprir as leis. Existem hoje suspeitas de desvio de finalidade dos recursos da educação que podem estar sendo usados em outras áreas”, denuncia o sindicalista.



Após a assembleia geral da categoria que reuniu caravanas de Rondonópolis, Primavera do Leste, Mirassol D’Oeste e representantes de dezenas de outras cidades, os servidores grevistas fizeram outro ato no centro de Cuiabá. Saíram em passeata pelas avenidas Mato Grosso, Tenente Coronel Duarte (Prainha), Getúlio Vargas, pela rua 13 de Junho, Isaac Póvoas e novamente pelas avenidas da Prainha e Getúlio Vargas e até finalizarem com um ato na Praça Alencastro.


 
No decorrer da semana, os servidores prometem ir até a Assembleia Legislativa nas sessões de terça, quarta e quinta-feira para mostrar aos deputados a real situação da educação no Estado. Na quinta-feira, haverá o Dia D, com panfletagem em todas as cidades que estão com as aulas suspensas em escolas estaduais. Os integrantes de cada subsede do Sintep vão entregar panfletos à população nas principais ruas, avenidas e rodovias dos municípios. “Vamos apresentar à população a verdadeira marca desse governo para a educação, que caminha para ser uma das piores marcas na história da educação em Mato Grosso”, diz Henrique Lopes. Na próxima segunda-feira (02) de setembro, a categoria volta a se reunir novo ato às 14h na Praça Ulisses Guimarães, em Cuiabá.



Em nota divulgada pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc) no dia 16 deste mês após a reunião entre representantes do governo e Sintep, o Estado disse que “avanços significativos foram firmados.



Foram eles: chamada dos concursados, organização de um novo concurso e aprofundamento da análise financeira do Estado, tendo em vista a construção de alternativas para ampliar o poder de compra dos trabalhadores da educação”. A publicação informava ainda que “foi solicitado ainda pelo Sindicato documentos referentes à receita detalhada da Educação, quadro de pessoal e dados da arrecadação do Estado nos últimos cinco anos, que imediatamente foram encaminhados, dentro da política de transparência e total honestidade implementada na administração”. Desde então, a greve continua, mas não houve novo pronunciamento por parte do governo.





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