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Quarta - 27 de Outubro de 2010 às 13:11
Por: Romilson Dourado

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A cúpula regional do PSDB decidiu intervir no processo eleitoral em Poconé e trabalha para vetar o nome de Euclides Santos como candidato do partido a prefeito na eleição suplementar marcada para o próximo mês. O ex-prefeito de Cuiabá Wilson Santos, que levou uma surra nas urnas na disputa para governador, foi ao município nesta terça (26) para montar estratégias e lançar à sucessão municipal a vereadora Ornella Falcão. Ele não quer nem saber de Euclides, de quem diz ser amigo há várias décadas. O curioso é que Euclides foi diretor do Hospital e Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá e secretário de Infraestrutura na gestão Wilson.

O tucanato tem uma explicação para boicotar a candidatura de Euclides, que foi prefeito de Poconé por dois mandatos e nas eleições de 2008 perdeu para Clovis Damião Martins (PTB) por uma diferença de apenas 726 votos. Até então, Euclides estava no PMDB e, para apoiar Wilson ao Palácio Paiaguás neste ano, pulou para a legenda tucana. O partido acusa o ex-prefeito de "fazer corpo mole" e, em Poconé, não fazer campanha para as candidaturas lançadas pelo PSDB. Por causa de brigas com Leonardo de Oliveira, então diretor da secretaria de Infraestrutura, Euclides fez campanha contra o projeto de reeleição da deputada federal Thelma de Oliveira, sobrinha de Leonardo e que foi derrotada nas urnas. Foi o bastante para o grupo agora se revidar contra o colega tucano, principalmente Thelma, o seu assessor Aparecido Alves e Wilson Santos.

Para dar o troco a Euclides, o PSDB quer lançar Ornella na briga pela prefeitura. Ela está no segundo mandato de vereadora. Com Ornella na cabeça-de-chapa, o tucanato, numa articulação com o senador e cacique do DEM Jayme Campos, está conseguindo composição para ter de vice o ex-secretário municipal de Infraestrutura Tico de Arlindo, exonerado pelo prefeito "tampão" Nei Rondon (PTB). Embora Euclides será considerado uma figura carismática e que mais agrega politicamente do que Ornella, o grupo de Wilson, Thelma e Cido deseja levar para o teste das urnas a vereadora Ornella.

Outros líderes locais se articulam também para disputar a prefeitura. Um deles é o próprio prefeito cassado Clovis. O problema é que, para a Justiça Eleitoral, ele se encontra inelegível. O petebista contesta e assegura que não está com os direitos políticos cassados e pressiona Nei Rondon para recuar e apoiá-lo. O presidente do PR poconeano e ex-vereador Pedro Fontes pode consolidar uma terceira via e, assim, disputar a sucessão municipal com apoio do PMDB e do PT. O quadro, por enquanto, está indefinido, mas já sinaliza para algumas exclusões do páreo, entre elas de Euclides, figura considerada populista e que tem a seu favor os chamados movimentos sociais. São cinco nomes na briga: Nei, Clovis, Ornella, Tico de Arlindo e Pedro Fontes. 

Mandato tampão

Desde abril deste ano, o então presidente da Câmara Nei Rondon se tornou prefeito por causa da decisão do Pleno do TRE de manter a cassação de primeiro grau imposto a Clovis. O ex-prefeito cometeu abuso de poder econômico. Comprou voto na base da oferta de emprego na prefeitura. A situação se complicou por causa da comprovação de compra de voto e de uso da máquina em campanha. Um dos casos concretos diz respeito a duas eleitoras, sendo elas Luzinete Pereira Leite e sua filha Gysele Caroline Leite Silva. Na pré-campanha, o petebista foi à residência e pediu apoio da família. Luzinete disse que a filha estava desempregada e, Clovis, prontamente, adiantou que iria contratá-la como DAS da prefeitura. Assim o fez. Durante a campanha voltou à residência da família para ter segurança do voto e ficou surpreso quando a mãe da servidora contratada declarou que não iria votar no prefeito petebista.

Na bronca, Clovis determinou a exoneração. Foi o bastante para a demissionária procurar o Ministério Público e denunciar o esquema. Essa denúncia serviu de prova cabal para o juiz Edson Dias decretar a perda do mandato de Clovis, que se reelegeu com 9.323 votos. O prefeito cassado ainda foi multado em R$ 5,3 mil. Em juízo, o petebista alegou que a denúncia fora armação política de pessoas que apoiaram seu adversário Euclides.





Fonte: RD News

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