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Economia
Sexta - 01 de Outubro de 2010 às 15:13

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Um relatório divulgado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) diz que o índice de confiança da população brasileira no governo aumentou cinco pontos percentuais entre 2007 e 2009, em meio à crise econômica mundial, passando de 38% para 43%.

De acordo com os dados do Relatório 2010 sobre o Trabalho no Mundo, publicado na quinta-feira, o índice de confiança das populações em seus governos aumentou em países da América Latina e da Ásia e Pacífico, regiões menos expostas ao agravamento do desemprego provocado pela crise.

"O índice de confiança nas políticas governamentais está diretamente relacionado ao nível de emprego. Constatamos que nos países onde houve redução da confiança, o desemprego era mais elevado do que nos outros, onde a confiança no governo aumentou após a crise", disse à BBC Brasil Steven Tobin, um dos autores do estudo da OIT.

No Chile, o índice de confiança no governo aumentou de 43% para 58% entre 2007 e 2009. Já na Argentina, que contraria a tendência de alta na América Latina, a taxa passou de 41% para 27% no período.

A Indonésia, país que segundo Tobin "praticamente não sofreu crise no emprego", o índice de confiança no governo aumentou de 52% para 81% entre 2007 e 2009.

CRIAÇÃO DE EMPREGOS

Nos países ricos, onde o desemprego em geral aumentou após a crise, o índice de confiança nos governos caiu de 52% para 41% em 2009. Na metade dos 72 países em que a OIT conseguiu obter dados sobre a confiança das populações nos governos, houve uma redução desse índice após a crise.

O Brasil criou quase 900 mil empregos entre agosto de 2008 (pouco antes do início da crise econômica mundial) e agosto de 2010 nas seis áreas urbanas pesquisadas (São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre), afirma Tobin.

Segundo a OIT, o Brasil já atingiu neste ano as mesmas taxas de emprego registradas em 2007, antes da crise. Além disso, diferentemente de outros países emergentes, o Brasil também já conseguiu incorporar o aumento, desde 2007, da população economicamente ativa nas seis áreas pesquisadas, conseguindo absorver, desde agosto deste ano, os novos trabalhadores que ingressaram no mercado desde então, afirma Tobin.

Na prática, isso significa que o percentual da população ativa empregada no Brasil continua o mesmo em relação ao período anterior à crise.

"ESFORÇO SUPLEMENTAR"

No caso dos emergentes, a OIT alerta que, apesar desses países conseguirem retornar em 2010 aos mesmos níveis de emprego de antes da crise, eles precisam ainda "fazer um esforço suplementar" para criar mais de 8 milhões de empregos para conseguir absorver o aumento da população ativa no período.

O relatório da OIT também afirma que "a recessão persistente no mercado de trabalho deteriora o clima social em inúmeros países", sobretudo nas economias ricas. Segundo o documento, protestos ligados à crise econômica e financeira ocorreram em mais de 25 países dos cerca de 150 analisados no estudo.

Os países ricos ainda precisam criar 14,3 milhões de empregos neste ano para retornar aos mesmos níveis registrados antes da crise financeira. A organização afirma que o agravamento recente das perspectivas de emprego é decorrente do maior rigor orçamentário em vários países, sobretudo ricos, que anunciaram cortes de gastos para reduzir suas dívidas públicas.

"Na maioria dos países analisados no estudo, a política orçamentária é marcada por uma austeridade que, se mal aplicada, apenas prolongará a crise do desemprego", diz o documento. 






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