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Polícia Brasil
Quarta - 21 de Julho de 2010 às 07:37

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Eram pouco mais de 15h do dia 4 de junho quando Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, chegou a um dos mais badalados estúdios de tatuagem da cidade, no Recreio dos Bandeirantes. Nas mãos, o papel com uma frase que ele queria eternizar nas costas: "Bruno e Maka ¿ a amizade, nem mesmo a força do tempo irá destruir; amor verdadeiro". Depois de mais de três horas de um trabalho minucioso, o braço-direito do goleiro do Flamengo saiu por volta das 18h30 em direção à mansão do amigo famoso, a cerca de um quilômetro de distância.

Menos de três horas mais tarde, Macarrão saiu novamente, desta vez acompanhado do menor J., de 17 anos. Eles passaram na concentração do Flamengo, no Hotel Windsor, onde o jogador estava, e depois seguiram para o Hotel Transamérica, também na Barra da Tijuca. Ali, às 21h15, eles sequestraram a ex-amante do atleta, Eliza Samudio, e o filho de quatro meses dela. Seis dias depois, a jovem foi brutalmente assassinada em Minas Gerais, de acordo com as investigações da polícia.

Afonso Camerotte, conhecido como Viking, de 45 anos, dono do Viking Tattoo Studio, era o tatuador oficial da dupla. Foi ele quem gravou a polêmica marca na pele do funcionário e melhor amigo do ex-capitão rubro-negro. E se diz assustado com tudo o que tem visto no noticiário nas últimas semanas.

Profissional chocado
"Ele (Macarrão) chegou com a frase pronta. Tivemos que corrigir um ou outro erro de português, mas, sinceramente, na hora eu encarei como uma atitude de puxa-saco. De alguém que quer agradar uma pessoa que o tem beneficiado economicamente. Agora, depois que tudo isso veio à tona, fiquei meio chocado. Claro que pensei nisso depois que toda essa história surgiu, mas não tenho como afirmar que ele estava premeditando alguma coisa assim. Só o próprio Macarrão sabe, realmente, o motivo da tatuagem", afirmou o tatuador.

As investigações da Delegacia de Homicídios de Minas Gerais e da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro (que apurou o sequestro da jovem) indicam que, no período em que esteve no estúdio se tatuando, Macarrão teria falado pelo menos duas vezes com Eliza pelo telefone. Como O Dia revelou no domingo, durante aquele dia do sequestro, os dois se falaram 73 vezes.

Mesmo com quase 20 anos de experiência, Viking admitiu ter estranhado o pedido de Macarrão. Mas, na hora, levou tudo na brincadeira. "Algum motivo o fez querer tatuar aquilo. Claro que é esquisito. Não é todo dia que um homem tatua o nome de outro homem com aqueles dizeres. Se uma pessoa tatua alguma coisa no corpo, com certeza tem um motivo forte para isso. Mas não cabe a mim fazer distinção do que as pessoas querem tatuar no corpo", disse.

Macarrão deixou a conta para o goleiro pagar
Macarrão não pagou pela tatuagem, que custaria R$ 600. "Pendurou" na conta de Bruno, que estava terminando de tatuar as costas, onde exibe um imenso dragão e uma carpa. "O Bruno ficou de vir aqui no domingo, mas como ele levou dois gols no fim do jogo (no sábado, dia 5 de junho, o Flamengo perdeu para o Goiás de virada, por 2 a 1), achei até que ele tivesse ficado chateado e resolvido não vir", afirmou Viking, sem saber que no dia 6, segundo as investigações da polícia mineira, o goleiro já estava em Contagem, no Motel Palace, onde Eliza era mantida em cativeiro.

O tatuador disse ainda não acreditar que Bruno soubesse que Macarrão faria a polêmica tatuagem, que acabou gerando uma chuva de maldosos comentários na Internet sobre a relação deles. "Nunca imaginei que ele pudesse estar envolvido nisso".






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