A central de inteligência da Colômbia negou nesta segunda-feira ter espionado o presidente do Equador, Rafael Correa, ou a qualquer outro cidadão desse país, ao mesmo tempo que assegurou que também não realizou nenhuma atividade "irregular" na nação vizinha.

"De nenhuma maneira e sob nenhum meio o DAS interveio na privacidade do Presidente da República do Equador, Rafael Correa, ou de qualquer cidadão equatoriano", diz um comunicado da central de inteligência, conhecida como Departamento Administrativo de Segurança (DAS).

O jornal equatoriano "El Universo" afirma que agentes do DAS grampearam telefones do escritório de Correa, fato que a entidade nega ao afirmar que "não realizou nenhuma atividade irregular de inteligência em território equatoriano".

Segundo o DAS, entidade sujeita à Presidência da Colômbia, "há pessoas que tentam confundir os meios de comunicação e à opinião pública com informações desencontradas, a fim de embaçar o caminho da melhora das relações entre os dois países".

De acordo com a informação do "Universo", proporcionada por uma fonte não identificada pertencente, supostamente ao DAS, o serviço de inteligência da Colômbia interceptou telefones de Correa, de seus colaboradores, além de militares, políticos, empresários e jornalistas equatorianos.

Denúncia

As operações de espionagem supostamente teriam sidos realizadas de uma "plataforma móvel" em vários apartamentos do centro e norte de Quito, disse a fonte ao jornal.

Segundo o "El Universo", "a maior parte dos números de telefones grampeados pelo DAS em Quito pertencem a listas entregues por oficiais e subficiais da polícia do Equador".

Por causa das denúncias, a Promotoria equatoriana anunciou que iniciará um questionamento prévio para investigar a informação publicada pelo jornal.

A operação de inteligência, denominada "Salomón", supostamente começou a funcionar depois do bombardeio militar colombiano a um acampamento da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) situado em território equatoriano em março de 2008.

No ataque morreram ao menos 26 pessoas, entre elas o então porta-voz das Farc, Raúl Reyes. A ofensiva também provocou a ruptura de relações diplomáticas entre os dois países, situação que se mantém até hoje.