Vinte e três integrantes de uma banda de forró foram presos na madrugada deste sábado (26) em pleno show, no interior da Bahia, acusados de utilizar o nome de uma outra banda.

Os músicos, que diziam fazer parte da banda Canários do Reino -- grupo pernambucano bastante conhecido na região --, foram presos num show pago pela Prefeitura de Ipirá (a 200 km de Salvador), que fazia parte dos festejos juninos da cidade. Antes disso, já haviam feito apresentações com o nome falso em Macajuba e Itaberaba. Cada show custava R$ 24 mil.

A denúncia foi feita à polícia pela própria -- e autêntica -- Canários do Reino. Segundo a delegacia de Ipirá, havia cerca de 30 mil pessoas no show -- a cidade tem aproximadamente 60 mil habitantes, mas recebe milhares de visitantes na época junina. A apresentação foi interrompida por volta das quatro horas da manhã.

"O público ficou meio sem entender, porque a gente atuou para que eles não ficassem sabendo [das prisões]", diz o policial Laerte Oliveira, que participou da operação. "A gente queria evitar um tumulto." A banda, conta Oliveira, apenas saiu do palco, mediante pedido dos policiais, e uma outra atração entrou logo em seguida.

Dos 23 integrantes, apenas três continuavam presos neste domingo (27): o empresário, o responsável por contratar os músicos e o "tesoureiro" da banda, que emitiu notas fiscais em nome da falsa Canários do Reino. Os outros foram liberados mediante pedido à Justiça, pois afirmaram que não sabiam que estavam tocando para uma banda falsa.

Todos os 23 músicos foram indiciados e responderão por falsidade ideológica. Os líderes da banda são acusados também de estelionato e formação de quadrilha. O inquérito já foi encaminhado à Justiça, segundo a delegacia de Ipirá.

A Folha não conseguiu o contato dos advogados da banda.