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Nacional
Domingo - 04 de Agosto de 2013 às 12:16

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A volta das férias de julho traz um desafio para professores e diretores de escolas públicas. Estudos comprovam que nessa época aumenta muito a evasão escolar, principalmente, entre os adolescentes.

Felipe Silva tem 17 anos, adora arte, design e informática. Mas as aulas na escola... “Estava monótono demais”, diz.

O desinteresse era geral. Alunos e professores faltavam muito na escola pública do bairro pobre que ele abandonou há um ano.

“Sinto falta sim, é um peso saber que ainda tenho três anos para cumprir”, afirma.

Segundo um levantamento do Unicef, em 2010, 16,7% dos adolescentes brasileiros, entre 15 e 17 anos, não frequentavam a escola – 1,7 milhão de jovens. A pior situação era a do Acre, com 22% dos adolescentes sem estudar.

“Falta um esforço especial para melhorar essa qualidade da aprendizagem, que obviamente se inclui a qualidade da capacitação do professor e a interação da escola com a comunidade e com a família”, explica Gary Stahl, diretor da Unicef no Brasil.

Estudos mostram que é nessa época do ano, logo depois das férias, que a evasão escolar mais aumenta. E para diminuir o problema pelos menos uma ação tem que ser imediata: trazer quem foi embora de volta. Se a escola não quer que o aluno desista, também não pode desistir dele.

De Felipe, ninguém foi atrás. “Mostra que eu não era importante lá”, diz.

Numa escola municipal da Zona Norte de São Paulo é diferente. “Professores e diretores têm muito carinho pela gente”, comemora uma menina.

“A gente dá muita opinião, a gente participa do conselho de escola”, conta outro aluno.

A equipe da escola vai atrás de cada aluno que começa a faltar. Dá reforço para os que estão em dificuldade, usa esporte e arte para seduzir os estudantes. A taxa de evasão é praticamente zero, como deveria ser em toda escola que almeja um futuro nota 10 para seus alunos.

“Isso tudo responde à aprendizagem. A resposta é gostar de vir pra escola, é se sentir bem aqui”, afirma Solange Selofite, vice-diretora da escola.

O jovem Felipe, que a gente viu na reportagem, hoje frequenta cursos técnicos oferecidos por uma ONG. Mas diz que pretende voltar à escola, para completar o ensino médio.






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