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Nacional
Quinta - 24 de Setembro de 2009 às 20:06
Por: Márcio Falcão

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O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) rebateu nesta quinta-feira às críticas da senadora Marina Silva (PV-AC) e negou que tenha respondido na mesma moeda a troca de ofensas com o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB). Minc disse que está "chocado" com o episódio e que saiu em defesa dos homossexuais. Disse esperar que os eleitores de Mato Grosso do Sul façam justiça.

Segundo o ministro, Puccinelli não tem condições de ocupar um cargo público. "Espero que os eleitores, parlamentares, a justiça local tome posições em relação a isso. Eu acho que uma pessoa que usa essas expressões não está capacitada pra governar um Estado", afirmou.

O governador disse na terça-feira que Minc era "veado" e "fumava maconha". Ele afirmou ainda "ia correr atrás dele e estuprá-lo em praça pública" se o ministro fosse a Campo Grande (MS). Em resposta, Minc afirmou ontem que Puccinelli deveria analisar melhor o homossexual que há dentro dele.

Apesar de se dizer chocado com a reação de Puccinelli, o ministro disse que não se sentiu intimidado e que a polêmica não vai diminuir suas cobranças para que governadores desenvolvam ações de combate ao desmatamento.

"[A reação de Puccinelli] A mim não me intimida de forma alguma. Agora, eu estou mais acostumado com o embate político de ideias e não fujo deles. Uma coisa é você debater ideias políticas outra é... isso não é um debate possível, é ameaça de crime. De prática criminosa, é uma coisa muito chocante", disse.

Minc ironizou o episódio ao comentar hoje o convênio com governadores para ações de combate. "A gente não pode ficar a mercê do humor do governador", afirmou.

Minc disse ainda que rebateu de uma forma positiva o tom pejorativo utilizado pelo governador. "Ele usou uma carga negativa para falar da homossexualidade. Eu não, eu tenho leis para isso. Como ele declarou que ia me estuprar, eu falei que essas leis poderiam beneficiar até a ele próprio. Portanto, não aceito de forma alguma que tenha sido na mesma moeda. Ele usou um caráter ofensivo, inclusive agressivo, porque estupro é um crime. Ele disse que ia cometer um crime sexual contra mim em praça pública. Pobre Carlos Minc. De forma nenhuma insultei, ao contrário, disse que sou um defensor. Não tem cabimento [essa crítica]", afirmou.

Críticas

Marina Silva comentou hoje a troca de ofensas entre seu sucessor no Ministério do Meio Ambiente e o governador e reprovou o tom das provocações. Ela prestou solidariedade a Minc, seu sucessor no ministério, mas disse que o episódio é "lamentável". "[O ministro] Tem a minha solidariedade, mas não pode responder na mesma moeda. É lamentável, foi fora do tom do debate institucional. É natural que existam divergências, mas tudo tem que ocorrer dentro de um respeito institucional", afirmou.

Desentendimento

Após a ofensa do governador, Minc mandou que ele cuidasse melhor da homossexualidade. "Ele [Puccinelli] deve fazer uma análise mais profunda da declaração dele sobre o estupro em praça pública e examinar e tratar com mais carinho o homossexualismo que existe dentro dele próprio e talvez aceitar isso com mais razoabilidade", disse Minc.

Na terça-feira, o governador de Mato Grosso do Sul pediu desculpas em nota a Minc. "Quaisquer outros desdobramentos devem ser entendidos como inapropriados e, na hipótese de terem gerado ofensa ao ministro, o governador do Estado de Mato Grosso do Sul apresenta seu pedido de desculpas", diz a nota.

A nota afirma ainda que as declarações de Puccinelli foram mal interpretadas como ofensivas e que foram dadas em tom de brincadeira. "[...] Lamenta a conotação de ofensa a elas atribuídas, pois foram feitas em ambiente diverso, e, antecipando-se a qualquer outra conotação, esclarece que as criticas restringem-se ao ambiente do debate técnico e político dos assuntos que dizem respeito aos interesses de Mato Grosso do Sul."





Fonte: Folha Online

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