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Politica Brasil
Terça - 09 de Dezembro de 2008 às 08:03
Por: Téo Meneses

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Deverão voltar ao erário R$ 8 milhões referentes à atuação do ex-deputado mato-grossense Lino Rossi (PP) e os empresários Vedoin

A Advocacia Geral da União (AGU) ingressa hoje com mais de 300 ações na Justiça na tentativa de reaver aproximadamente R$ 100 milhões desviados dos cofres públicos no escândalo que ficou conhecido como "máfia dos sanguessugas". Desse total, deverão voltar ao erário R$ 8 milhões referentes à atuação do ex-deputado mato-grossense Lino Rossi (PP) e os empresários Darci e Luiz Antônio Trevisan Vedoin.

Lino é apontado como o operador da "máfia dos sanguessugas" no Congresso Nacional, onde apresentava a família Vedoin aos congressistas e facilitava o trânsito de Luiz Antônio e Darci entre os parlamentares ligados ao esquema. Ele é acusado de ter recebido aproximadamente R$ 3 milhões em propina a partir da fraude em licitações para compra de ambulâncias com preço superfaturado.

Luiz Antônio, filho de Darci Vedoin, é apontado como o "cabeça" do esquema. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a família montou uma rede de empresas ligadas à Planam para montar licitações fraudulentas com a participação de agentes públicos.

Lino nega qualquer envolvimento e diz que conhecia os Vedoin apenas por uma relação de amizade, mas eles confessaram ligação com os parlamentares. Hoje, o ex-parlamentar tenta retomar a vida normal longe da política apresentando um programa de televisão.

Mais de 200 pessoas já foram denunciadas formalmente pelo MPF. De acordo com o Ministério Público, a "máfia dos sanguessugas" agia em três fases distintas. A primeira se refere à confecção de emendas parlamentares ao orçamento geral da União com vistas à destinação de verbas para aquisição de unidades móveis de saúde compradas junto à empresa Planam.

A segunda etapa correspondia à execução orçamentária das emendas apresentadas pelos congressistas ligados ao esquema, quando eram confeccionados os pré-projetos e projetos que formalizavam os convênios com os municípios. Muitos prefeitos e representantes de comissão de licitação das cidades tinham participação nisso. Na terceira fase, era autorizada a efetiva liberação dos recursos previstos nas emendas e havia o pagamento de propina aos envolvidos no escândalo.

A AGU vai ingressar com as ações hoje porque é quando se comemora o Dia Internacional contra a Corrupção. De acordo com a Advocacia da União, as investigações mostram que a maioria das fraudes teriam ocorrido no Nordeste brasileiro, sendo que o Ceará aparece no levantamento em primeiro lugar com 15 ações de ressarcimento. Em seguida aparece a Bahia, com 13 ações, e o Piauí, com 9 das 95 ações que serão movidas pela AGU.

A "máfia dos sanguessugas" foi descoberta em 2006, a partir de investigações da Polícia Federal que apontaram irregularidade em pelo menos 100 municípios brasileiros. Tendo operado cerca de R$ 110 milhões, o esquema teria iniciado o negócio no ano de 2001 e estendido até ser descoberto. Até uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi criada no Congresso para investigar o caso. Ninguém no país inteiro foi condenado ainda por ligação com o escândalo.





Fonte: A Gazeta

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