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Quinta - 27 de Março de 2008 às 18:53

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Dados da Polícia Federal (PF) e do ministério do Trabalho mostram que o Brasil tem sido um destino escolhido por um número cada vez maior de imigrantes em busca de oportunidades.

O perfil dos que chegam é variado. É crescente o total de sul-americanos legais ou clandestinos no Brasil, como também o de estrangeiros das mais diferentes nacionalidades, que entram como investidores individuais ou funcionários de grandes empresas.

De 2004 a 2007, houve um aumento de 51% no total novos registros de estrangeiros no país. Em 2004, a PF cadastrou 29.770 estrangeiros. Em 2007, 44.954. A PF não divulgou dados anteriores a 2004.

Quando se consideram apenas países sul-americanos, o percentual de aumento foi bem mais expressivo. Em 2004, a PF havia cadastrado 4.594 argentinos, bolivianos, uruguaios e paraguaios. Em 2007, 11.252, um aumento de 144% em quatro anos.

Segundo Paulo Sérgio Almeida, coordenador geral de Migração do Ministério do Trabalho, a nova fase de estabilidade e de crescimento da economia brasileira explica, em parte, o fenômeno.

Outros motivos citados por especialistas no tema para o aumento nos números são a desvalorização do peso argentino (destino importante de imigrantes regionais) e a decisão da Espanha de endurecer o controle de suas fronteiras, o que deslocou a rota de muitos latino-americanos para o Brasil.

Além disso, o Brasil assinou recentemente um acordo de regularização de imigrantes com a Bolívia e outro que permite que argentinos e uruguaios trabalhem no país.

Boom ainda não atrai imigrantes de volta ao Brasil

Clandestinos

A imigração, no entanto, muitas vezes passa longe das vias oficiais.

Os bolivianos – que, desde o ano passado, precisam de visto para entrar na Espanha– formam o grupo mais expressivo de ilegais, com cerca de 75 mil pessoas, segundo a Pastoral do Imigrante.

"Os ônibus alugados chegam lotados todos os dias aqui em São Paulo com bolivianos. Com as novas exigências da Espanha e a desvalorização do peso argentino, o Brasil passou a ser a primeira opção para muita gente", disse à BBC Brasil o paranaense Paulo Iles, coordenador do Centro de Apoio ao Migrante, criado pelo Serviço Pastoral do Migrante, ligado à Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Segundo o centro, o Brasil tem, pelo menos, 600 mil imigrantes em situação irregular.

Investidores individuais

O perfil de imigrantes que o Brasil da estabilidade está atraindo inclui também investidores estrangeiros individuais de países como Itália, Espanha, Portugal e Noruega (origens por ordem de recursos investidos no Brasil).

Em 2004, foram concedidos 197 vistos para empreendedores estrangeiros, segundo o ministério do Trabalho. Em 2007, um total quase sete vezes maior: 1336 vistos.

"Em 2008, esta cifra será igual ou maior do que a de 2007", disse à BBC Brasil Paulo Sérgio Almeida, coordenador geral de Migração do Ministério do Trabalho. Segundo ele, a estabilidade da economia aumenta a previsibilidade dos negócios e torna o Brasil mais atraente para esse tipo de investidor.

Nesse caso, a contribuição do "imigrante" para a economia brasileira é clara, apesar de em pequena escala. Em 2006, esses estrangeiros investiram US$ 86 milhões no país. No ano passado, US$ 103 milhões.

"Eles investem, principalmente, em hotéis, pousadas, restaurantes ou empresas do ramo imobiliário no Nordeste brasileiro. Muitos investem também no eco-turismo", afirmou Almeida.

O ministério do Trabalho também registrou um aumento nos pedido de visto para trabalhadores em empresas estrangeiras no Brasil.

O ministério fez uma lista dos dez países que mais pediram esse tipo de visto. Em primeiro lugar, estão os Estados Unidos com 3601 vistos em 2006 e 4519 no ano passado.

Em seguida, a Grã-Bretanha com 2199 em 2006 e 2474 em 2007. Logo depois, Filipinas com 1542 em 2006 e 2120 no ano passado.

Os investimentos americanos e ingleses são registrados em diferentes setores, mas, no caso da Filipinas, tendem a se concentram no ramo do petróleo. A mesma lista dos dez mais inclui ainda Itália, França, Alemanha, Índia, Japão, China e Canadá.





Fonte: BBC Brasil

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