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Internacional
Domingo - 09 de Dezembro de 2007 às 20:45

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WASHINGTON - O Paquistão poderá aceitar assistência militar dos Estados Unidos contra a Al Qaeda, disse o presidente Pervez Musharraf em entrevista no domingo, mas ele rejeitou a idéia de uma decisão unilateral dos EUA de enviar tropas a seu país para combater militantes.

"Com toda inteligência que adquirimos sobre os terroristas, nós pensamos em conjunto sobre que tipo de ação é possível e que tipo de assistência podemos ter", disse Musharraf, aliado importante dos EUA na região, ao programa da televisão norte-americana Late Edition, da rede CNN.

"Mas são as forças paquistanesas que agem. A prerrogativa deve permanecer com o Paquistão", disse ele na entrevista gravada no sábado.

Musharraf reagiu contra uma recente declaração do presidente norte-americano George W. Bush, que disse em entrevista que enviaria forças dos EUA em busca de Osama bin Laden ou outros líderes militantes no Paquistão, caso obtivesse inteligência confiável.

"Francamente, não concordo", disse Musharraf, falando da cidade paquistanesa de Rawalpindi.

Musharraf, chamando Bush de "grande amigo pessoal", está sendo criticado internacionalmente desde que declarou estado de emergência no Paquistão em novembro, suspendendo a Constituição e depondo juízes que ameaçavam seu futuro político.

O Paquistão deverá realizar eleições gerais em 8 de janeiro.

Musharraf citou a crescente ameaça de milícias islâmicas no Paquistão --país que tem armas nucleares-- para a declaração de emergência.

Washington quer ver um Paquistão estável que poderá eliminar a Al Qaeda e outros militantes pró-Taliban. Muitos acreditam que os rebeldes se escondem em regiões remotas do país, próximas à fronteira afegã, e fomentam a violência a partir dessas bases.

Musharraf defendeu o empenho de seu país em perseguir os militantes, e disse que o Paquistão não pode ser responsabilizado pela força dos insurgentes.

Os militantes "podem receber apoio (de áreas) do Paquistão, podem vir ao Paquistão e ter a chance de sobreviver aqui e se esconder aqui, se recuperar e voltar. Mas o apoio real, a estrutura real de tudo que está acontecendo está no Afeganistão, não no Paquistão", disse.

Musharraf também defendeu suas ações recentes, e atacou os críticos de fora do Paquistão que, segundo ele, não compreendem a amplitude dos problemas do país.

"Parece que estão pensando que, em países em desenvolvimento, não há lei e é tudo uma ditadura... com alguém na liderança passando ordens", disse.

"Por favor, nos entendam. Estamos combatendo terroristas aqui. Não desestabilizem o Paquistão. Vão se arrepender", acrescentou.

Quando um jornalista perguntou se ele permitirá que seus rivais e ex-premiês Nawaz Sharif e Benazir Bhutto concorram à Presidência, Musharraf disse que essa decisão cabe às autoridades eleitorais.

"Não vou permitir, nem impedir. O processo legal será seguido".




Fonte: Reuters

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