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Polícia Brasil
Sexta - 07 de Dezembro de 2007 às 16:41
Por: Patrícia Araújo

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As fraudes no Corinthians relacionadas à emissão de notas fiscais falsas podem ter resultado em um desvio de R$ 5 milhões do clube paulista. A afirmação foi feita na tarde desta sexta-feira (7) pelo delegado da assistência policial da diretoria do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic), Maurício Guimarães Soares.

Segundo o delegado, a fraude na gestão do ex-presidente Alberto Dualib no clube teria começado há mais de dois anos. O inquérito realizado pelo Deic trata apenas dos crimes de estelionato e formação de quadrilha relacionados à emissão de falsas notas fiscais. Além de Dualib, outras três pessoas foram indiciadas e uma quinta deverá ser incluída no inquérito nos próximos dias.

Entre os indiciados está o dono de uma agência publicitária, principal empresa responsável, segundo a polícia, pela emissão de notas falsas e por providenciar notas de terceiros, muitos deles sem nenhuma relação com o esquema fraudulento. Durante coletiva na sede do Deic, na Zona Norte de São Paulo, Soares disse que, além de notas fiscais frias, os envolvidos no esquema chegaram a usar dados de outras empresas, confeccionar talonários fiscais com esses dados e emitir essas notas sem que o proprietário da empresa soubesse.

De acordo com o Deic, há indícios fortes que evidenciam as fraudes como a emissão de quatro notas de quatro empresas diferentes preenchidas a mão com letra semelhante. Além disso, algumas notas incluíam serviços improváveis de terem sido realizados. Como uma nota de fornecimento de pães, quando o clube possuía padaria própria.

Sobre o posicionamento do ex-presidente do Corinthians, Alberto Dualib, que durante depoimento chegou a afirmar que desconhecia a ocorrência de fraudes no clube, o delegado afirmou que “não há como dizer que não sabia”, uma vez que existem registros de uma reunião da diretoria do time, ocorrida há mais de dois anos, em que diretores informaram ao presidente da suspeita de fraude. Após a reunião, foi feita uma ata em que consta a assinatura de Dualib.

O inquérito sobre estelionato e formação de quadrilha possui sete volumes, com 1.500 páginas que incluem o depoimento de 30 pessoas, sendo 25 testemunhas e os cinco indiciados.

Prisão improvável

Embora a pena para os crimes sobre os quais Dualib é acusado chegue a cinco anos, caso seja condenado, Soares afirmou que acha pouco provável que o ex-presidente do Corinthians chegue a cumprir pena em regime de reclusão. “Provavelmente, não (irá cumprir pena em regime fechado). Se levar em conta a situação dele, a idade, na prática é pouco provável”, afirmou o delegado.

Dualib debilitado

Na quinta-feira (6), O advogado de Dualib, José Luiz Tolosi, confirmou que o ex-presidente do Corinthians foi ouvido, mas se reservou o direito de permanecer em silêncio. Tolosi negou as acusações contra Dualib e afirmou que ele está "com a saúde debilitada."

"Alberto Dualib completa em janeiro 88 anos. É uma pessoa que está debilitada, sob medicamentos, porque dedicava a vida ao Esporte Clube Corinthians." Tolosi disse que as acusações contra Dualib são "uma injustiça" e que desde 1993 seu patrimônio diminui.





Fonte: G1

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