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Economia
Segunda - 03 de Setembro de 2007 às 08:42
Por: Célia Froufe

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O papel de mocinho na novela inflação, desempenhado este ano pelos preços administrados, está com os dias contados, na avaliação de economistas do mercado financeiro. A possibilidade desses preços, como água, luz, telefone e gasolina, voltarem a ser os vilões já havia sido aventada por alguns economistas nos últimos meses, mas ganhou mais força recentemente. Na semana passada, o diretor de Estudos Especiais do Banco Central, Mário Mesquita, falou sobre o assunto durante a reunião trimestral com analistas, em São Paulo. Segundo o relato de um desses analistas, Mesquita teria salientado que "a inflação deste ano foi "anormal" porque os preços administrados seguiram muito baixos". Segundo o dirigente do BC, se não fossem os administrados, a inflação deste ano estaria muito próxima da meta, de 4,5%.

"Ocorreram fatores excepcionais este ano que não devem se repetir em 2008", afirma o economista da LCA Consultores Raphael Castro. Ele cita como exemplo o reajuste da tarifa de energia elétrica em algumas capitais - principalmente em São Paulo, cujo impacto é maior sobre os índices. "É provável até termos deflação neste setor em 2007", previu, acrescentando que projeta uma alta de 2,50% para os administrados este ano, e uma taxa entre 3,90% a 4,00% para 2008. Os combustíveis são outro ponto positivo deste ano, segundo o consultor da LCA.

Ainda que o álcool anidro não seja um produto cujo preço é administrado pelo governo, ele contribuiu para a redução de preço total da gasolina. Este fenômeno ainda poderá ser visto no ano que vem, embora de forma menos intensa.

A combinação de fatores como estes em 2007, que auxiliam a composição de uma inflação menor, também é citada pelo economista da equipe de América Latina do Morgan Stanley, Marcelo Carvalho. "É correto dizer que essa ajuda não será tão intensa em 2008", afirma.

Para ele, entre os administrados, os planos de saúde devem continuar como o item de maior elevação. "Esse serviço tem peso de 3,3% no total da inflação. Em 2007, deve ser o de maior reajuste, e isso tende a continuar em 2008", analisa.

Carvalho lembra, no entanto, que, em 2008, o transporte público tende a contribuir para uma inflação menor. "Historicamente, não há reajustes em anos eleitorais. Se a história servir como guia, não haverá também em 2008", frisa, referindo-se às eleições municipais.





Fonte: AE

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