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Economia
Terça - 21 de Agosto de 2007 às 16:12

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As vendas de fertilizantes no Brasil continuam elevadas, atingindo um volume recorde no acumulado do ano até julho, e as empresas avaliam que as entregas poderão atingir um recorde de até 24 milhões de toneladas em 2007, segundo a Anda (Associação Nacional para Difusão de Adubos).

Em julho, as vendas somaram 2,37 milhões de toneladas, crescimento de 43 por cento em relação ao mesmo mês de 2006, informou o diretor-executivo da Anda, Eduardo Daher, nesta terça-feira. Em junho, as entregas somaram 1,8 milhão de toneladas.

No acumulado do ano (até julho), as entregas somaram aproximadamente 11,8 milhões de toneladas, volume 58 por cento maior do que no mesmo período de 2006.

"Está extremamente forte comparado com o julho fraco de 2006", comentou Daher, lembrando no primeiro semestre do ano passado as entregas estavam lentas porque o setor ainda sentia o reflexo da crise no campo.

"Os números mostram bastante ânimo comparado a um profundo desânimo nos sete primeiros meses de 2006."

Segundo a Anda, o aumento de vendas no período está baseado no maior uso de fertilizantes na segunda safra de milho e nas chamadas culturas perenes (cana-de-açúcar, laranja, café). Além disso, destacou Daher, houve uma "visível" antecipação das compras para a safra de verão, responsável pela maior parte das entregas.

"Com medo das elevações de preços, os agricultores fixaram um preço de entrega futura e compraram fertilizantes. Notadamente dentro desses 11,8 milhões (do semestre) tem 1,5 milhão, talvez até um pouco mais, de antecipação de compras, que seriam do segundo semestre."

A safra de verão começa a ser plantada em outubro.

Com a recente alta do dólar, de acordo com Daher, "muita gente fixou também" temendo custos maiores no futuro. Esse movimento se deu porque a maior parte do adubo consumido no Brasil é importado, o que acaba influenciando nos preços em reais.

RECORDE

Considerando que o "boom" do etanol nos Estados Unidos, que deu forte sustentação aos preços de commodities agrícolas, incentivou investimentos nas lavouras a partir de outubro de 2006, é provável que as vendas no segundo semestre no Brasil não acompanhem o ritmo de crescimento dos primeiros seis meses do ano.

Mesmo assim, em virtude das elevadas entregas dos primeiros sete meses, a Anda avalia que o setor baterá o recorde anual de vendas obtido em 2004, de 22,7 milhões de toneladas.

Em relação a 2004, segundo a Anda, o setor vendeu nos primeiros sete meses deste ano 1,6 milhão de toneladas a mais. "Esse é o volume que calculamos que esteja antecipado."

Segundo Daher, as vendas no ano devem atingir entre 23,5 milhões e 24 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde do setor. "Por conta de logística e crédito não deve ser maior do que isso", disse o diretor, lembrando que os produtores com problemas financeiros deverão deixar para o final as compras de fertilizante.

"Estamos em um momento bastante positivo do agronegócio, de agroenergia, está sendo sustentado com a plena capacidade da produção nacional", disse Daher, observando que nos primeiros sete meses do ano o Brasil produziu 2,35 milhões de toneladas de fertilizantes, alta de 12 por cento ante o mesmo período de 2006.

Já a importação cresceu 72 por cento entre janeiro e julho, para 9,3 milhões de toneladas.





Fonte: Reuters

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