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Cidades/Geral
Sexta - 25 de Maio de 2007 às 18:19
Por: KEITY ROMA

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O enfermeiro Átila de Matos, de 39 anos, iniciou uma greve de fome em frente ao Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM) para protestar contra as deficiências da saúde pública no Estado. Sem se alimentar desde quarta-feira à tarde, ele afirma que só encerrará a manifestação se os ministros da Saúde e da Educação vierem à Cuiabá para iniciar um fórum de debate sobre os problemas dos dois setores.

Átila está tomando apenas água de coco e água natural. Do ponto que escolheu para ficar, em frente à recepção, ele afirma que só sai para ir ao banheiro, para que ninguém duvide que está mesmo sem comer. A idéia de iniciar o ato surgiu da indignação com as condições de saúde oferecidas à população, já que como é servidor público há 10 anos, o profissional acompanha de perto a situação.

“Comprei até esse caixão. Caso não consiga meus objetivos, esse pode ser meu fim”, afirma o enfermeiro, que passou a noite em uma cadeira, com um cobertor cedido pelos funcionários do hospital. Átila trabalha também no Hospital Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (HSPMC). “A gente vê que o dinheiro público é tão desperdiçado, roubado, mal aplicado e faz tanta falta para o cidadão”, reclama indignado.

O enfermeiro deseja também ir até Brasília entregar ao presidente Lula e à primeira dama, Marisa da Silva, dois objetos artesanais, um que comprou de um portador de HIV, como forma de estimular o doente a continuar vivendo, e o outro que ganhou de uma índia que freqüentou o hospital. O manifestante sabe que seu objetivo é um tanto difícil de ser atingido, mas não perde a esperança. “Se vai dar certo eu não sei, mas estou tentando. Problemas sérios exigem atitudes drásticas”, diz.

Os colegas de trabalho e os pacientes que freqüentam o hospital apóiam a iniciativa do servidor. “Isso pode até ser prejudicial para ele, mas é uma boa causa. O povo brasileiro está cansado de abaixar a cabeça e ficar quieto”, avalia a técnica de enfermagem Maria Soares.

PARALISAÇÕES – Hoje, pela manhã, os profissionais da Saúde municipal se reunirão com o prefeito Wilson Santos e com o secretário municipal de Saúde, Guilherme Maluf. O Sindicato dos Cirurgiões Dentistas (Sinodonto) ameaça iniciar uma paralisação se as propostas do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) apresentadas pela prefeitura não atenderem aos anseios da categoria. “Depois da reunião é que iremos deliberar”, afirmou o presidente do Sinodonto, Gustavo Moreira.

O Sindicato dos Médicos do Estado (Sindimed) também não afasta a possibilidade de iniciar uma mobilização. “A gente está louco para fazer manifestação. Continuamos sem segurança, falta medicamento, nada mudou”, reclama a presidente do Sindimed, Maria Fortuna Pacheco.





Fonte: Diário de Cuiabá

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