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Internacional
Terça - 22 de Maio de 2007 às 19:32

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O subsecretário de Obras Públicas da Argentina, Raúl Rodríguez, renunciou hoje "para dar explicações" na investigação judicial por propinas que teriam sido pagos pela construtora sueca Skanska a autoridades do país.

Rodríguez apontou que sua renúncia se deve às suspeitas que o envolvem no pagamento de propinas no caso da licitação da construção de um aqueduto em 2001, quando era secretário de Obras Públicas na província do Pampa (centro do país).

"Foram cometidos erros no processo de construção do aqueduto", admitiu Rodríguez à rádio Noticias de La Pampa, alegando que "a situação de propinas de que se fala não existiu. E se existiu, eu não sabia".

Rodríguez foi envolvido no chamado "caso Skanska", o primeiro de corrupção enfrentado pelo Governo de Néstor Kirchner, quando foram divulgadas gravações de conversas entre ex-diretores da Skanska. As fitas estão nas mãos de juízes federais que investigam subornos e sonegação de impostos.

Nas gravações, publicadas pela imprensa na sexta-feira passada, o ex-gerente comercial da empresa Javier Azcárate admite ao atual gerente da companhia (que fez uma auditoria interna), Claudio Corizzo, que foram pagos subornos para a licitação de obras de gasodutos, do aqueduto do Pampa e no Peru.

"Vou dar explicações a quem corresponder pela minha participação como funcionário na obra do Aqueduto do Rio Colorado", disse Rodríguez ao explicar o motivo de sua renúncia.

Na semana passada, Kirchner exonerou por decreto o presidente da Agência Nacional de Regulação do Gás, Fulvio Madaro, e o gerente de fideicomissos do estatal Banco Nación, Néstor Ulloa, pouco depois de saber que seriam interrogados como acusados de cobrar propinas.

A licitação das obras do aqueduto foram vencidas por um consórcio transitório formado pela Skanska e o grupo ítalo-argentino Techint, que por sua vez é acionista da sociedade que controla a Transportadora de Gás do Norte (TGN).

O porta-voz da Skanska Argentina, Miguel Ritter, anunciou hoje que a empresa fará "uma auditoria da auditoria". No fim do ano passado, a investigação interna descobriu sonegações e o pagamento de subornos para a licitação de gasodutos financiados com fideicomissos (verbas condicionadas).

A multinacional sueca admitiu as irregularidades e demitiu 12 funcionários investigados. O caso é conduzido pelo juiz federal Javier López Biscayart, que investiga as sonegações cometidas por meio de faturas falsas do Infiniti Group, uma empresa fantasma.

López Biscayart trabalha com o juiz Guillermo Montenegro, que instrui atuações por pagamentos de propinas. A Promotoria indicia mais de 21 funcionários públicos pelo crime.

A investigação de pagamentos de subornos, que para o Governo são um caso de "corrupção entre particulares", envolvem a TGN, na qual Techint tem como sócios a americana CMS Gas, a francesa Total e a malaia Petronas. As denúncias também respingam na Transportadora de Gas del Sur (TGS), controlada por uma sociedade entre a Petrobras Energia e o Fundo Shaw, dos EUA., e por sua vez opera o Gasoduto do Sul.




Fonte: EFE

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