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Cultura
Terça - 22 de Maio de 2007 às 19:04

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Cineastas liderados por Martin Scorsese lançaram hoje a World Cinema Foundation (WCF) no 60º Festival de Cannes. O objetivo da associação é proteger, recuperar e divulgar o patrimônio cinematográfico mundial. O cineasta brasileiro Walter Salles faz parte da iniciativa.

"Há urgência, mas agora somos um grupo internacional de cineastas", disse Wong Kar-Wai, de Hong Kong, outro participante.

Também integram a iniciativa o malinês Souleymanne Cisse, os mexicanos Alfonso Cuarón e Alejandro González Iñárritu, o britânico Stephen Frears e o mauritano Abderrahmane Sissako.

O problema da conservação de filmes está relacionado "ao problema da conservação da identidade cultural", segundo Walter Salles.

Para Salles, recuperar o cinema é um instrumento para permitir compreender as diferenças. "Não somos tão diferentes como nos faz crer a 'CNN' e outras instâncias", afirmou o brasileiro.



Scorsese falou da necessidade de atuar com a maior rapidez e eficácia possível, no mundo todo, para que a memória cinematográfica de cada país não seja perdida.

"90% dos filmes rodados antes de 1950 nos Estados Unidos já não existem", afirmou Scorsese. "As coisas mudaram, mas é impossível recuperar o que está perdido", disse.

Adoção

A idéia é que cada cineasta trabalhe em seu país para recuperar seu patrimônio nacional e que eles "adotem" filmes.

"Falta tenacidade dos cineastas, isso é o que tento despertar aqui", afirmou Scorsese.

A WCF vai concentrar seus esforços nos filmes caídos no esquecimento e naqueles impossíveis de serem vistos por não estarem disponíveis em vídeo ou em DVD, nem em circulação.

Scorsese foi quem concebeu a idéia da instituição. Ele ressaltou que, embora a World Cinema Foundation esteja nascendo hoje, oficialmente, já salvou três filmes.

Brasileiro

Um deles é o brasileiro "Limite", rodado em 1931 por Mário Peixoto. O longa foi restaurado pela Cinemateca Brasileira, pela Vídeo Filmes e pelos Arquivos Mário Peixoto com a participação da Arte, graças ao apoio de Walter Salles.

Os outros dois são o marroquino "Transes" (1981), de Ahmed al-Maanouni, e "La Forêt des Pendus" (1964), do romeno Liviu Ciulei.

Entre as ações propostas pela fundação estão que as grandes cinematecas e os festivais do mundo "adotem" filmes e busquem os fundos necessários para sua restauração e distribuição internacional. Propõem, inclusive, que as salas de cinema participem dos projetos.

A fundação também prevê a existência de um circuito formado pelas cinematecas de todo o mundo. A rede apresentaria os filmes restaurados antes de serem divulgados em DVD.

Todos podem participar da tarefa de recuperar a memória histórica da sétima arte. Cada cidadão e amante do cinema poderia propor, pela internet, filmes "adotáveis".




Fonte: EFE

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