Moradores próximos da Hidrelétrica de Estreito querem ser ouvidos, diz representante
Entre as reivindicações, Rocha diz que é importante ter reuniões com a população de baixa renda da região e que haja mais esclarecimentos a respeito das licenças para instalação daHidrelétrica. Desde que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) concedeu licença de instalação para a Hidrelétrica os moradores, entre agricultores e indígenas, discutem sobre a concessão de licenças e se a obra pode causar danos ambientais. "A gente quer o reconhecimento das pessoas que moram na região, principalmente dos povos indígenas. Os empreendedores não reconhecem os impactos ambientais que isso [a construção da hidrelétrica] pode causar". De acordo com ele, a região compreende, aproximadamente, 40 mil hectares de área verde com 50% representando as florestas. "Automaticamente se tem a diminuição da caça, umas da principais fontes de alimentação dos povos indígenas".
Em entrevista concedida à Rádio Amazônia, a superintendente do Ibama, Marluze Santos, disse que desde 2002 há encontros com os órgãos governamentais para que a discussão sobre essas questões sejam levadas à população de baixa renda. "Sou a favor de novas consultas, de novas discussões públicas, e que o Ibama e outros órgãos públicos estejam abertos para discutir isso. É um empreendimento difícil e que, com certeza, pode causar danos ambientais", disse. De acordo com o Consórcio Estreito Energia, a hidrelétrica deve ficar pronta em 2010. A previsão é que o reservatório ocupe 555 quilômetros quadrados. De acordo com o Ibama, a construção do Estreito vai atingir diretamente 11 municípios e vai provocar o deslocamento de, aproximadamente, 5 mil pessoas.
Na opinião de Santos, a população de baixa renda deve procurar o Ibama para esclarecer qualquer dúvida referente a licenciamento da Hidrelétrica. "Hoje a diretoria de lincenciamento tem gente em várias áreas afim de chegar mais próximos dessas pessoas [população de baixa renda]. Mas sempre vai faltar alguma detalhe que a gente não conseguiu analisar devidamente. Eu acho que representantes dessas comunidades devem procurar o Ibama e expor os pontos que geram dúvida".
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