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Nacional
Sábado - 20 de Janeiro de 2007 às 18:57

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O governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), recuou e propôs ontem aos servidores estaduais em greve o pagamento, em oito dias, do reajuste salarial concedido em abril de 2006 por seu antecessor, Luis Abílio (PDT), e suspenso por meio de decreto em 15 de janeiro. Os servidores, porém, não aceitaram o acordo.

Os grevistas avaliam que a proposta não restaura plenamente reajustes concedidos por Abílio. Além disso, afirmam, o decreto não seria revogado e poderia ser usado futuramente pelo governo em um novo corte salarial. "Não mudou nada", disse o presidente estadual da CUT, Izac Jackson.

Em entrevista coletiva, o governador confirmou a proposta de pagamento parcial do reajuste aos docentes e a manutenção do decreto.

"Infelizmente, não conseguimos a totalidade [do aumento] para os professores", afirmou Vilela Filho. Para isso, disse serem necessários mais R$ 12 milhões por mês, dinheiro que afirma não existir no governo.

Ele pediu um prazo de 30 dias aos grevistas para tentar encontrar uma solução, mas os servidores recusaram.

O governador diz que só terá condições de cumprir o que foi proposto neste mês porque fechou uma operação de antecipação de receita com o setor sucroalcooleiro, a Petrobras e a indústria petroquímica Braskan. O valor não foi divulgado.

Ele responsabilizou o ex-governador Ronaldo Lessa (de 1999 a março de 2006), do PDT, pela crise econômica do Estado. Disse que os aumentos concedidos pelo ex-governador -na verdade, assinados por Abílio, que era vice de Lessa e assumiu o governo em abril do ano passado- infringiram a Lei de Responsabilidade Fiscal, que limita em 46,5% da arrecadação o percentual de gastos com os salários dos servidores.

Em nota conjunta, Lessa e Abílio negaram ter cometido irregularidades e disseram que deixaram recursos em caixa. O governador afirma ter herdado dívida de R$ 400 milhões e só R$ 4 milhões nos cofres.

Grevistas

Os grevistas, que montaram sua base na sede da Secretaria Estadual da Fazenda, invadida por eles anteontem, afirmaram que responderão "à altura" a uma eventual "radicalização" do governo. "Temos planos de invadir mais três prédios", disse o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas, Carlos Jorge da Rocha. A greve, que completa hoje quatro dias, atinge principalmente a saúde, a educação e a Polícia Civil.

No prédio invadido, policiais civis em greve controlam entrada e saída de pessoas. Apenas grevistas e jornalistas têm acesso ao local e só TV e banheiros são usados sem restrições. O fornecimento de água, cortado logo após a invasão, foi restabelecido horas depois.





Fonte: Agência Folha

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