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Politica Brasil
Sábado - 25 de Novembro de 2006 às 14:05

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O deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) defendeu ontem que a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), se afaste da CPI dos Sanguessugas. O sub-relator da comissão para o caso do dossiê antitucano disse ter considerado "delicada" a notícia de que a senadora se reuniu com dois ex-petistas investigados no episódio.

O encontro ocorreu em 4 de setembro, 11 dias antes do estouro do escândalo, quando Ideli e o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), então candidato ao governo de São Paulo, receberam Expedito Veloso e Oswaldo Bargas, dois ex-petistas envolvidos na tentativa frustrada de compra do dossiê contra políticos do PSDB.

"O ideal é que ela se afaste das investigações. Como uma pessoa pode investigar uma coisa da qual participou. Além disso, não informou isso aos demais membros da CPI", disse.

Foi justamente em resposta a uma pergunta de Ideli que Veloso disse à CPI, na quarta, que tentou adquirir o dossiê porque tinha informações de que a família Vedoin, chefe do esquema dos sanguessugas, teria quitado dívidas da campanha de José Serra (PSDB), em 2002.

Em nenhum momento durante os depoimentos a reunião com os dois foi lembrada.

O encontro entre os senadores e os ex-petistas consta do depoimento de Mercadante dado anteontem à PF. Ele afirma que Veloso e Bargas queriam orientá-lo sobre como tornar pública a suspeita de envolvimento dos tucanos com os sanguessugas. O principal alvo seria Serra, então adversário de Mercadante. O petista disse que recusou a proposta.

Ideli confirmou o encontro e disse à Folha que também recusou fazer uso das informações que Veloso e Bargas afirmavam ter. Os dois senadores negam que os ex-petistas tenham dito, na ocasião, que negociavam a aquisição de um dossiê com Vedoin. "Em um processo de investigação como é o caso das CPIs, é rotineiro a gente receber esse tipo de contato", disse Ideli. Sobre a proposta de Gabeira, afirmou que "só pode ser brincadeira".

Gabeira também disse ver um possível elo entre o caso do dossiê e a prisão anteontem do deputado federal eleito pelo PT Juvenil Alves (MG). "O preso é especialista em montar empresas fora do país e conhece os mecanismos de enviar e trazer dinheiro para o Brasil."





Fonte: 24HorasNews

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