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Internacional
Segunda - 23 de Outubro de 2006 às 09:34

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Um ano depois dos distúrbios que incendiaram os subúrbios franceses, os serviços de informações consideram que o clima na periferia permanece explosivo, enquanto aumentam as escaramuças entre jovens moradores e policiais na região parisiense. De acordo com uma nota confidencial dos Serviços de Informações Gerais (RG, em francês), citada nesta segunda-feira pelo jornal Le Figaro, "a maior parte das condições que levaram, há um ano, a um desencadeamento da violência coletiva em grande parte do território metropolitano ainda está reunida".

Nesta nota datada de 11 de outubro, os RG se mostram particularmente pessimistas em relação à região parisiense que "suscita as mais fortes preocupações".

O último incidente ocorrido foi o registro de um carro e três outros veículos incendiados no domingo em plena tarde por jovens no bairro de Grande-Borne, em Grigny, ao sul de Paris. Os jovens obrigaram os passageiros do carro a descer, antes de atear fogo. O motorista teve que ser hospitalizado em estado de choque. Em meio a uma atmosfera muito tensa, uma viatura da Polícia e os policiais também foram alvos de pedras e coquetéis molotov, sem que houvesse feridos.

Um grande número de policiais foi mobilizado para manter a ordem neste bairro, que foi assolado no ano passado pela violência urbana. E, na manhã desta segunda-feira, os motoristas de ônibus que servem Grande-Borne cruzaram os braços.

No departamento de Seine-Saint-Denis, de grande população de origem imigrante, onde por três semanas distúrbios ocorreram a partir de 27 de outubro de 2005, incidentes opuseram jovens e policiais na noite de sábado para domingo em Aulnay-sous-Bois. Após vários incidentes ocorridos nas últimas semanas, a Polícia acredita que haverá um efeito contagiante e vigia ostensivamente os bairros considerados mais sensíveis, dentre eles Clichy-sous-Bois, onde a morte de dois jovens eletrocutados ao tentar fugir da Polícia representou a gota d''água para a explosão de ódio um ano atrás.

"A situação pode a qualquer momento descambar para a violência", alertaram os serviços de inteligência em sua nota confidencial.

Referindo-se à "situação nos bairros sensíveis", eles notam uma "tensão muito perceptível" que suscita eventos "não mais espontâneos, e sim estruturados, que não conduzem mais à queima de carros, mas ao ataque às instituições" e, em primeiro lugar, à Polícia.

O Ministério do Interior, dirigido por Nicolas Sarkozy, favorito da direita para a eleição presidencial de 2007, está "em estado de alerta" há duas semanas, assegura o Le Figaro. As forças de ordem temem que os jovens comecem a se mobilizar após o fim do Ramadã e início das férias escolares.

Durante três semanas distúrbios ocorridos no final de 2005, levaram à instauração de um estado de urgência, e mais de 200 prédios públicos, entre eles escolas, e mais de 10.000 veículos foram incendiados, gerando um prejuízo estimado em 160 milhões de euros.





Fonte: AFP

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