Governador propõe a criação de alcooduto e poliduto em Mato Grosso
A alternativa do poliduto, segundo Maggi, seria a construção a partir de Curitiba, onde já existe um, passando por Ponta Grossa, Maringá, na região Norte do Paraná, vindo para São Paulo por Presidente Prudente, chegando a Mato Grosso do Sul, em Campo Grande e até Mato Grosso nas cidades de Rondonópolis e Cuiabá.
O alcooduto sairia para a região Norte. O governador lembrou que Mato Grosso já é um grande produtor de álcool, mas não tem grande competitividade, uma vez que está localizado distante dos portos. “Sei que é altamente viável estas duas propostas e atrairão investidores para o Estado”, afirmou o governador. No próximo dia 7 de novembro, já está marcada uma primeira reunião para tratar do alcooduto. Os interlocutores do Ministério serão João José de Nora Souto (secretário de Petróleo e Gás Natural) e Márcio Zimmermann (sec. de Planejamento e Desenvolvimento Energético).
Maggi aproveitou para solicitar ao ministro que a tributação dos combustíveis renováveis seja analisada com cautela. “O Centro-Oeste como um todo não poderá abrir mão dos impostos que serão gerados com a produção do biodiesel e defende que a forma de tributação seja alterada”, disse. Ele afirmou que atualmente a arrecadação de impostos no caso dos combustíveis ocorre somente do produto no consumo final e isso tornaria inviável a situação dos Estados produtores.
"São investimentos importantes para o Estado, que é reconhecido pelo Ministério como o segundo com maior potencial hidrelétrico, perdendo apenas para o Pará", disse Maggi.
O ministro Silas Rondeau apresentou a empresários e representantes do setor elétrico, parlamentares estaduais e federais, prefeitos e secretários de Estado, os investimentos previstos para Mato Grosso de 2006 a 2015. São R$ 5 bilhões num primeiro momento, com previsão de investir até R$ 12 bilhões num planejamento decenal. Inicialmente ele fez uma explanação geral sobre as características do setor elétrico brasileiro, falou da necessidade de crescimento na geração de energia elétrica para atender a demanda.
O ministro explicou que atualmente são 57 milhões de consumidores no país, a geração de energia está 85% nas mãos de empresas estatais e 15% privadas. Já a transmissão está balanceada, 42% com estatais e 58% privadas, e quando se trata da distribuição as estatais cuidam apenas de 20% e as privadas são responsáveis por 80% da distribuição de energia elétrica no Brasil.
Para Mato Grosso, Silas Rondeau falou sobre a construção da Usina de Salto de Dardanelos, no município de Aripuanã, que deve entrar em funcionamento até 2008 e gerar 261 megawatts de energia. Ele ressaltou que a usina deve render cerca de R$ 4 milhões de royalties ao ano para o Estado.
O ministro anunciou também que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já autorizou o funcionamento da Usina Termelétrica de Cuiabá por meio de óleo diesel, sempre que houver falta de gás natural, o que irá permitir a geração de energia de imediato para suprir a carência causada pela suspensão do fornecimento de gás natural da Bolícia, há quase um mês. Silas Rondeau explicou ainda que a suspensão de fornecimento do gás boliviano ocorreu devido a um acidente com compressores do gasoduto no lado boliviano e que esta semana deverá ser solucionado.
O anúncio do ministro prevê para Mato Grosso ainda a ampliação nas subestações do Coxipó, com a instalação de um transformador de 55 MVA em 60 dias e auto transformador de 100 MVA. Em Sinop, um compensador estático e um segundo transformador de 100 MVA para 2007.
Acompanharam o ministro o presidente da Eletronorte, Carlos Nascimento e o diretor de Engenharia da Eletrobrás, Valter Cardeal. Participaram do evento o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso, Nereu Pasini; o procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Paulo Prado; parlamentares federais e estaduais, além dos secretários de Estado, representados na mesa de honra pelo secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alexandre Furlan.
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