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Politica Brasil
Quinta - 19 de Outubro de 2006 às 10:30

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Uma suspeita envolve os bastidores da divulgação das fotos do R$ 1,7 milhão que seria usado por petistas na compra do suposto dossiê contra tucanos, cedidas à imprensa pelo delegado Edmílson Bruno, da Polícia Federal, no dia 29 de setembro - véspera das eleições no primeiro turno. Segundo gravação divulgada pelo jornalista Paulo Henrique Amorim em sua página na Internet, revelando a conversa entre o delegado e os profissionais de imprensa, houve um acordo para a publicação de informações falsas a respeito da obtenção do material fotográfico, com o objetivo de prejudicar a campanha à reeleição de Luis Inácio Lula da Silva (PT).

Em seu blog, o jornalista Mino Carta, diretor da revista Carta Capital - cuja edição atual traz matéria sobre o tema -, acusou ontem a Rede Globo de ter recebido as imagens com exclusividade na véspera, dia 28, e orientado o delegado a reunir jornalistas no dia seguinte para entregar as fotos, escapando da acusação de favorecimento à candidatura tucana. Em nota oficial, a Rede Globo negou que tivesse obtido as imagens antes dos demais veículos.

Mino Carta, com base na conversa gravada, sustenta que as fotos foram entregues ao repórter César Tralli dia 28. "A emissora tomou a decisão de evitar ser acusada de repetir a ação golpista perpetrada contra Lula em 1989, na vergonhosa manipulação do debate com Collor", afirma o jornalista.

Nas conversas gravadas entre o delegado Edmílson Bruno e os jornalistas, o policial exigiu que as fotos fossem ao ar no Jornal Nacional daquele dia, para sustentar a história de que teriam sido roubadas de seu escritório.

Os jornalistas presentes eram Lilian Christofoletti, da Folha de S.Paulo; Paulo Baraldi, de O Estado de S. Paulo; Tatiana Farah, de O Globo; e André Guilherme, da rádio Jovem Pan, com quem estaria o gravador no qual a conversa foi registrada. Todos eles concordaram em sustentar a versão apresentada pelo delegado Edmílson Bruno em suas publicações, afirmando que as fotos haviam sido roubadas e repassadas à imprensa.

Ontem, os presidentes do PSDB e do PFL, Tasso Jereissati e Jorge Bornhausen, protocolaram na Polícia Federal uma queixa contra a demora das investigações sobre a compra do dossiê.

Globo nega ter recebido as fotos antes A Rede Globo enviou ontem nota oficial negando as acusações sobre a suposta orientação da emissora ao delegado de como deveria ser divulgado o material fotográfico.

O texto declara que "a TV Globo nega categoricamente a afirmação do site da revista Carta Capital (de Mino Carta) de que teria conseguido na quinta-feira, dia 28 de setembro, as fotos do dinheiro apreendido pela Polícia Federal e sugerido que o delegado Edmílson Bruno as divulgasse também para outros veículos. A TV Globo obteve as imagens na sexta-feira, dia 29, como os outros meios de comunicação. A nota do site é totalmente falsa e caluniosa".

Na reportagem publicada pela Carta Capital, que focaliza o suposto apoio da Rede Globo à candidatura de Geraldo Alckmin, o diretor-executivo de jornalismo da emissora, Ali Kamel, diz que a equipe está feliz com o "alto grau de isenção" na cobertura das eleições.

Ali afirma que o próprio presidente Lula, ao justificar sua ausência no debate do primeiro turno, parabenizou a emissora pelo trabalho isento nas eleições.





Fonte: O Dia

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