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Internacional
Sábado - 23 de Setembro de 2006 às 06:23

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Os trabalhistas britânicos abrem neste domingo, em Manchester, um de seus congressos mais difíceis, com protestos na rua, uma queda nas enquetes, um líder em retirada e, pela primeira vez em muitos anos, uma oposição forte.

A primeira mostra de insatisfação popular com o Governo de Tony Blair será hoje, um dia antes do começo da reunião anual. A coalizão Stop the War ("Parem com a guerra") convocou uma manifestação em Manchester contra a política externa do Reino Unido.

O Iraque é a principal causa do desgaste da popularidade de Blair. A guerra voltou a ocupar, este mês, um dos primeiros lugares entre os assuntos que mais preocupam a população, segundo uma enquete da agência Mori. Os outros temas sensíveis são criminalidade, imigração e saúde.

Durante o congresso, os trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde farão sua segunda jornada de greve, a primeira em 18 anos.

Outra greve será promovida por centenas de empregados de logística, numa paralisação de 24 horas em protesto contra a venda do serviço à empresa alemã DHL. O movimento começará às 22h de terça-feira, coincidindo com o debate da previdência social no congresso dos trabalhistas.

O cenário para a reunião de Manchester é de queda dos trabalhistas nas enquetes. Os conservadores de David Cameron apresentam de quatro a sete pontos de vantagem.

Além disso, o partido atravessa uma de suas piores crises. A feroz luta interna começou no início do mês, opondo os partidários de Blair aos do influente ministro do Tesouro, Gordon Brown, que há anos sonha com a chefia de Governo.

A rebelião contra o primeiro-ministro, exigindo um calendário para a transferência de poder, culminou com a renúncia de oito membros de segundo escalão do Governo. Blair se viu obrigado a anunciar que abandonará o poder antes do congresso trabalhista de 2007, mas sem marcar data.

Os apelos à unidade de Blair e Brown, renovados nesta sexta-feira pela presidente do partido, Hazel Blears, fazem prever que as disputas continuam, e podem se reproduzir durante o congresso, que termina na próxima quinta-feira.

Este tem sido um ano complicado para os trabalhistas, que sofreram uma derrota catastrófica nas eleições de maio, na Inglaterra. Disputas internas provocadas tanto pela política externa de Blair quanto por seu programa de reforma dos serviços públicos e o escândalo da suposta "venda" de cargos e títulos em troca de doações ao partido completaram o cenário.

Como se não bastasse, os trabalhistas têm em frente, pela primeira vez em muitos anos, uma oposição conservadora com possibilidades de ganhar as próximas eleições. A escolha de David Cameron como candidato, em dezembro, foi um divisor de águas na evolução das intenções de voto ao Partido Conservador.

Uma enquete da ICM publicada nesta sexta-feira pelo jornal "The Guardian" revelou que, para os britânicos, Cameron pode ser um primeiro-ministro melhor que Brown. A maioria dos eleitores acha que o líder conservador é mais entusiasmado, honrado e tem uma personalidade mais agradável.





Fonte: EFE

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