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Politica Brasil
Sexta - 01 de Setembro de 2006 às 16:24

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou nesta sexta-feira surpresa com o fraco crescimento do PIB no segundo trimestre anunciado na véspera pelo IBGE e reafirmou a meta do governo de 4 por cento, apesar das avaliações mais conservadoras do mercado.

"Nós temos meta de crescimento de 4 por cento", afirmou Lula a jornalistas após encontro com representantes da montadora Fiat. "O crescimento e a economia são medidos por quatro trimestres, e eu vi muita gente assustada por conta do segundo trimestre, sendo que ainda faltam dois trimestres."

Analistas revisaram para baixo a projeção de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) para perto de 3 por cento no ano. Representantes do governo chegaram a mencionar a possibilidade de expansão de 5 por cento da economia.

"As pessoas no Brasil precisam parar de ficar torcendo para as coisas darem errado. Na verdade, temos convicção de que chegaremos à meta de 4 por cento a que nos propusemos a chegar", afirmou o presidente.

Lula disse que está "muito tranquilo" quanto às perspectivas da economia, da produção industrial e da indústria automobilística, e aproveitou para criticar as demissões anunciadas pela Volkswagen, hoje a segunda montadora do país em vendas unitárias de automóveis.

A Volkswagen comunicou o desligamento de 1.800 empregados na região metropolitana de São Paulo, alegando falta de competitividade nas exportações devido principalmente ao câmbio.

"A Volks está dispensando trabalhadores porque teve um projeto que não deu certo", disse Lula, sem dar maiores explicações.

"Em compensação, a Fiat vem aqui e, além de anunciar dois carros, um que já está no mercado e outro em fase de pesquisa, me dá alegria de dizer que está contratando funcionários numa demonstração de que o problema não é da indústria automobilística, é da Volks", afirmou.

NOVOS PROJETOS

Segundo a assessoria de imprensa da Fiat, a empresa vai contratar 300 funcionários para sua unidade de produção em Minas Gerais.

Nesta tarde, o presidente foi apresentado a dois novos projetos da fábrica de automóveis. O primeiro, desenvolvido em parceria com a Itaipu Hidrelétrica e com a empresa suíça KWO, é modelo Fiat Pálio Elétrico, que é movido à energia elétrica.

Uma frota com 40 unidades será testada pelos servidores da hidrelétrica, segundo a assessoria de imprensa da fábrica. O carro, segundo o fabricante, não polui o meio-ambiente nem emite ruídos.

O outro é o carro que funciona, segundo a Fiat, com quatro combustíveis. O modelo, chamado Fiat Siena 1.4 Tetrafuel, pode ser abastecido com Gás Natural Veicular (GNV), álcool hidratado, gasolina brasileira —com adição de 20 porcento de álcool— ou gasolina pura, como a utilizada em países da Europa e América Latina.

O exemplar é considerado uma evolução em relação aos modelos bicombustíveis que já existem no mercado.

"Fico muito feliz em ver que essas inovações, em breve, estarão disponíveis ao acesso dos consumidores brasileiros", disse Lula, que construiu sua carreira política como líder sindical dos metalúrgicos, acompanhado do presidente da Fiat no Brasil, Cledorvino Belini, após manobrar dois veículos que foram levados ao Palácio do Planalto.

Para Lula, a Volks, que já foi a maior do país, terá que fazer uma adequação de projeto, sem especificar qual.

"Mas a indústria automobilística vai bem. Está produzindo muito, vendendo muito no mercado interno, está exportando muito e nós vamos ver ainda se conversamos para ver se fazemos a Volks, quem sabe, ter um produto que possa conquistar o mercado brasileiro, contratar mais trabalhadores do que demitiu."

A assessoria de imprensa da Volkswagen informou que a montadora não irá comentar as declarações do presidente.

Segundo o presidente, nos últimos três anos a indústria automobilística brasileira contratou cerca de 30 mil trabalhadores.

"No mundo do trabalho é assim: a empresa quando está produzindo mais, ela contrata mais. Quanto está produzindo menos, ela descontrata as pessoas. Sempre foi assim, sempre será assim."





Fonte: Reuters

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