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Cultura
Sexta - 18 de Agosto de 2006 às 20:13

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Este é um fim de semana animado para o público da dança. Os mineiros do Grupo Corpo estão em cartaz até domingo no Teatro Alfa com os espetáculos "Missa do Orfanato", uma criação de 1989, e "Onqotô", seu trabalho mais recente. "Missa" foi criada a partir da composição "Missa K. 139", de Wolfgang Amadeus Mozart. O espetáculo é dramático, mas já apresenta elementos coreográficos que se tornariam a marca de Rodrigo Pederneiras como coreógrafo. Essa movimentação está completamente desenvolvida em "Onqotô", criada com música de Caetano Veloso e José Miguel Wisnik. O espetáculo discute uma questão existencial: De onde eu vim? Para onde eu vou? Onqotô é o jeitinho mineirinho de perguntar: onde eu estou?

Outro grupo que se apresenta na cidade é o Ballet de Londrina. Sob a direção de Leonardo Ramos, a companhia traz ao palco da Galeria Olido "Fale Baixo", inspirada nas músicas de Glenn Miller, e "Prazeres", com música composta especialmente para a peça por Marcos Tureta. "Fale Baixo" é um espetáculo essencialmente de dança, cenário e figurino são dispensáveis. Não tem enredo, não é narrativo, é o movimento puro e dançamos mais no plano horizontal. Neste momento, estamos interessados na dança como uma linguagem. Nossa intenção é que o público perceba que está assistindo a um espetáculo de dança, não a uma performance ou qualquer coisa do gênero”, explica Ramos.

"Prazeres" segue o ritmo da trilha sonora, que passa por diversos estilos. Os movimentos são diversificados e intensos. O cenário é sóbrio, para que todas as atenções se voltem aos bailarinos. Como o nome denuncia, a coreografia aborda os prazeres presentes no dia-a-dia.

Em um circuito um pouco mais contemporâneo, duas boas estréias. Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira, do Brasílica, estréiam "Clandestino" hoje no Sesc Santana. Ângelo tem em seu corpo os códigos das danças populares do Nordeste. Ana Catarina dançou balé desde criancinha. A fusão dessas duas experiências ganhou um caráter contemporâneo e o desenvolvimento de uma linguagem própria. “Os movimentos da dança popular são postos em cena de uma outra maneira, no chão, por exemplo. Para a criação de "Clandestino", partimos de 16 estilos de danças populares, mas escolhemos apenas um movimento de cada uma e criamos uma seqüência. Alternamos as 16 seqüências de maneira dinâmica”, explica Ana Catarina. Para Madureira, o público muitas vezes espera entretenimento puro quando o assunto é dança popular. “Não fazemos algo para agradar ao turista. Fugimos dos rótulos. Também questionamos o que é ser um artista contemporâneo dentro de uma sociedade dominado pelo mercado.”

Para fechar essa maratona, os intérpretes-criadores Juliana Moraes e Anderson Gouvêa também questionam esses tempos de consumo exagerado por meio de uma relação amorosa em "2 e 1/2", no Viga Espaço Cênico.

Serviço:

Grupo Corpo. Teatro Alfa. Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, Sto. Amaro, 5693-4000. 5.ª a sáb., 21 h; dom., 18 h. R$ 30 a R$ 70. Até 20/8

Ballet de Londrina. Galeria Olido/ Sala Paissandu (136 lug.). Avenida São João, 473, 2.º andar, Centro, 3331-8399. 6.ª e sáb., 20 h; dom., 19 h. Grátis

Clandestino. Sesc Santana. Avenida Luiz Dumont Vilares, 579, 6971-8700. 6.ª, 21 h; sáb., 21h15; dom., 19h. R$ 5 a R$ 10

2 e ½. Viga Espaço Cênico. Rua Capote Valente, 1.323, 3801-1843. 5.ª a sáb., 21 h; dom., 20 h. R$ 20. Até 27/8





Fonte: Agência Estado

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