Governo ainda busca acordo para MP dos aposentados

O governo pode evitar a votação da MP que reajusta o salário dos aposentados do INSS. A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) sinalizou nesta segunda-feira que não há uma orientação do Planalto para que a base aliada vote a MP sem acordo. Se não for aprovada até o dia 10 de agosto, a medida perde a validade.

"O governo está estudando como isso vai ser votado amanhã e nós estamos construindo a solução positiva. Acredito que a oposição deve ser chamada à responsabilidade pública", disse a ministra.

O discurso de Dilma contraria o do líder do governo na Câmara, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), que defende que o governo parta para o enfrentamento. A MP prevê um reajuste de 5% para os aposentados do INSS que recebem acima de um salário mínimo, mas a oposição apresentou uma emenda elevando o valor para 16,67%.

O governo teme que, num ano eleitoral, os aliados acompanhem a oposição e levem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao desgaste de ter que vetar o reajuste maior às vésperas das eleições.

"Gostaria de dar um aumento de 5% para os aposentados e o governo fará tudo para que isso se configure. O presidente não pode dar um aumento que não está previsto. A oposição precisa ter seriedade e compromisso com a governabilidade do país", afirmou.

O governo alega que se a MP for aprovada com um reajuste de 16,67%, o presidente Lula irá vetar a matéria e os aposentados terão direito a apenas 3,21%, índice do INPC.