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Politica Brasil
Sexta - 28 de Julho de 2006 às 09:30

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Conciliar as agendas de chefe de Estado e de candidato à reeleição vai limitar as oportunidades de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à metade dos eventos eleitorais que o seu principal concorrente, o tucano Geraldo Alckmin, terá chance de realizar.

Lula contará com apenas um dia nos finais de semana para empreender viagens mais longas, realizar comícios e encontros com personalidades políticas. Analistas do PT e do PSDB avaliam que o número viável de deslocamentos é de duas viagens por dia.

O presidente só terá tempo disponível para campanha às sextas-feiras à noite, sábados e manhãs de domingo, com uma agenda aberta para realizar cerca de 36 eventos nos nove finais de semana que restam até o primeiro turno, em 1o de outubro.

Já Alckmin, que deixou o cargo de governador de São Paulo, terá folga para participar de aproximadamente 72 eventos eleitorais. Ele poderá viajar a oito diferentes Estados por semana, independente da distância.

O Comitê Nacional de campanha do PT ainda pretende organizar uma viagem de Lula no meio da semana, após o expediente de trabalho, com retorno a Brasília no mesmo dia. Assim, haveria tempo para o presidente realizar cinco visitas a diferentes Estados por semana, sendo quatro deslocamentos próximos à capital federal.

Os colégios eleitorais de Minas Gerais (13,7 milhões de eleitores), Rio de Janeiro (10,9 milhões) e Bahia (9,1 milhões) serão prioridade tanto de tucanos quanto de petistas.

Nesses três Estados, Lula está à frente nas pesquisas e enfrentará batalhas difíceis para manter sua vantagem. O PT ainda focará Rio Grande do Sul (7,75 milhões) e São Paulo (28 milhões), onde o tucanato tem certo conforto.

AGENDA ENXUTA

"Onde Lula está bem (regiões Norte e Nordeste), ele vai. Onde está mal, ele vai mais", avaliou o presidente do PT, Ricardo Berzoini, coordenador nacional da campanha.

A avaliação é que o presidente não precisa percorrer o Brasil para vencer a eleição. Com uma agenda enxuta, o objetivo é privilegiar as regiões Sul e Sudeste.

Lula havia pedido a seus auxiliares que não o sobrecarregassem com viagens, pois não queria deixar de governar o país por conta da campanha. Mas as pesquisas eleitorais que apontam um crescimento gradual de Alckmin fizeram que o comando da campanha pela reeleição começasse a reavaliar a agenda de viagens.

"Lula está muito preso ao cargo. A campanha está começando agora e temos que encontrar um meio termo entre o mandato e campanha", avaliou Roberto Amaral, vice-presidente do PSB, partido de centro-esquerda que apóia a candidatura do presidente da República.

Berzoini adiantou que Lula só deve visitar os 10 maiores colégios eleitorais do país, que agregam 95,5 milhões dos 125,9 milhões de eleitores.

TEMPO NA TV

"Lula tem a caneta. Eu tenho as viagens e mais tempo de televisão para convencer o eleitor", disse Alckmin à Reuters.

O candidato tucano, que costuma passar dois dias da semana na capital paulista, onde mora, pretende visitar com regularidade Estados estratégicos nos quais o presidente tem vantagem.

O senador Sérgio Guerra (PSDB), um dos coordenadores da campanha nacional de Alckmin, cita Minas Gerais como exemplo. "Lula está na frente lá, mas não demoraremos muito a ultrapassá-lo. Por isso, visitamos o Estado pelo menos um vez por semana", disse.

"A prioridade são os Estados onde a gente precisa esquentar a campanha. Lula já está correndo atrás do prejuízo. Ele está indo aonde já fomos e, onde está, percebe que será superado de forma progressiva. Logo mais, terá de estar em todos os lugares ao mesmo tempo", afirmou Guerra.

Embora Alckmin tenha mais tempo para conquistar eleitores, o analista Luciano Dias, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos, pondera que a real vantagem do tucano está nos seis minutos diários de TV e rádio que terá a mais em relação à propaganda eleitoral da aliança petista.

"O que conta realmente é o tempo de televisão", avaliou Dias. A campanha oficial na TV, conforme autoriza a legislação eleitoral brasileira, começa em 15 agosto e dura até a véspera da eleição.




Fonte: Reuters

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