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Economia
Terça - 25 de Julho de 2006 às 07:37
Por: Sandra Pinheiro Amorin

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A arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do Estado no primeiro semestre deste ano totalizou R$ 1,455 bilhão. A quantia representa uma queda de 3% em relação aos seis primeiros meses de 2005, quando o período obteve R$ 1,498 bilhão. Entre os principais segmentos, a maior redução foi verificada na soja, com redução de 38,47%, seguida pelo algodão, com diminuição de 23,87%.

A redução acentuada no complexo soja é analisada como uma possível consequência da queda do esmagamento feito pelas indústrias no Estado. "Se pegarmos os dados das exportações, verificamos que as vendas de grãos ao mercado externo aumentou em volume físico 14% no primeiro semestre, enquanto as de óleo de soja e farelo caíram 52,5% e 28,8%, respectivamente. Isso significa menos beneficiamento interno, o que pode ter refletido na arrecadação do ICMS", avalia assessor econômico da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Carlos Vitor Timo.

A arrecadação de soja no primeiro semestre deste ano soma R$ 47,682 milhões ante R$ 77,499 milhões do mesmo período de 2005. O valor efetivado ficou bem abaixo dos R$ 104,336 milhões projetados pelo fisco estadual para o período.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) de Mato Grosso, Rui Ottoni Prado, lembra que o resultado apresentado na arrecadação nada mais é do que o reflexo da crise da agricultura que vem se arrastando desde 2004. Nesse contexto estão incluídos a apreciação do real e o alto custo de produção. Ele também lembra do fechamento de uma unidade da Bunge no Estado há alguns meses. "O fato é que não vemos expectativa de reversão do quadro negativo a médio prazo".

Entre os principais segmentos, o algodão teve queda de 23,87% na arrecadação do ICMS no primeiro semestre, a segunda maior retração no período. A atividade recolheu R$ 6,287 milhões contra R$ 8,259 milhões de igual período do ano passado. Mas o valor obtido ficou bem acima do que havia sido projetado pelo Tesouro estadual.

Segundo o presidente em exercício da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Normando Corral, as sequelas da crise podem demorar um pouco para manifestarem-se. "Mas o problema é contagioso e sua chegada é inevitável a outros segmentos, inclusive ao governo do Estado".




Fonte: A Gazeta

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