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Saúde
Quarta - 28 de Junho de 2006 às 07:05

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Pouca gente sabe que o conhecido teste do pezinho, feito nas maternidades por meio da coleta de algumas gotas de sangue do calcanhar do bebê recém-nascido, permite diagnosticar várias doenças que, se não identificadas no primeiro mês de vida e tratadas preventivamente, podem levar ao retardo mental irreversível. Um número ainda menor de pessoas imagina que este teste, hoje obrigatório em todo território nacional e na maioria dos países desenvolvidos, foi uma das grandes contribuições de um médico brasileiro à pediatria nacional, o doutor Benjamin José Schmidt, responsável por introduzir no país a triagem neonatal.

Ao completar 30 anos no Brasil, a iniciativa mereceu reconhecimento internacional por meio do Robert Guthrie Award, premiação instituída pela International Society of Neonatal Screening (Associação Internacional da Triagem Neonatal) que será entregue em setembro deste ano, no Japão. "O prêmio representa a dedicação de uma carreira e uma vida à busca de conhecimento para tornar a vida do ser humano melhor", diz Sima Schmidt, esposa do dr. Benjamin, que o representará na cerimônia de premiação já que o médico, acometido pelo mal de Alzheimer há 12 anos, não poderá comparecer.

Carreira - Fundador das Sociedades Brasileira e Latino-Americana de Pediatria e primeiro e único brasileiro a presidir a Associação Internacional de Pediatria por 10 anos, o dr. Benjamin Schmidt se formou pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. No Laboratório Lavoisier, que fundou em 1952, desenvolveu inúmeras pesquisas sobre os erros inatos do metabolismo que levaram à adoção do teste do pezinho, implantado no Brasil em 1976 e fortemente divulgado através da APAE Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, da qual o médico foi um dos fundadores. Inicialmente, o teste do pezinho permitiu a identificação da fenilcetonúria, deficiência de uma enzima que impede a metabolização de um amionoácido (a fenilalanila) presente nos alimentos e no leite materno. A falta da enzima provoca o acúmulo do aminoácido no organismo e pode levar à deficiência mental, convulsões, atraso no desenvolvimento psicomotor (fala e andar), tremores e microcefalia.

O tratamento requer dieta especial com substituição do leite materno por um leite especial, sem fenilalanila, por isso a importância do diagnóstico precoce. Os primeiros 100 casos identificados no Brasil foram tratados com leite doado pela Nestlé suíça, por influência do dr. Benjamin que, em 1983, montou a 1ª equipe do país para atender portadores da fenilcetonúria.





Fonte: A Gazeta

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