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Nacional
Sábado - 20 de Maio de 2006 às 09:42

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A crise do mensalão fez a corrupção atingir o segundo posto no ranking dos problemas nacionais que mais preocupam os brasileiros. Pesquisa da Market Analysis, realizada desde 1999 em oito capitais do País, pela primeira vez registra a corrupção entre as grandes questões nacionais, com 19,8% das menções - atrás apenas do desemprego, mencionado como principal problema por 32,6% dos entrevistados.

"Desde o fim da inflação, com o Plano Real (1994), o desemprego, a pobreza e a violência têm sistematicamente figurado como principais problemas, porque têm uma relação direta com o bem-estar material", explica o diretor da Market Analysis, o cientista político Fabian Echegaray. "O resultado reflete a interpretação de parte do público de que a corrupção também atinge seu bem -estar material. As pessoas passaram a fazer a conexão de que a falta de transparência e eficiência do poder público afeta diretamente seu bolso."

O cientista político se diz surpreso com o resultado, pois acompanha pesquisas semelhantes desde os anos 80. Mesmo na queda de Fernando Collor, em 1993, a corrupção foi tratada como questão isolada, em patamar abaixo dos 5%, próximo de questões ambientais. "A previsão é de que o tema veio para ficar, não só como assunto de eleição, mas como cobrança aos políticos", diz Echegaray.

O promotor de Justiça da Cidadania Silvio Marques, que investiga casos de improbidade e corrupção na administração pública, recebeu com satisfação a pesquisa. "Demonstra que a população está preocupada com o destino do dinheiro público, não é alienada", avalia. Para o promotor, hoje o Estado está bem aparelhado e há cooperação entre os órgãos de investigação para desvendar os casos de corrupção. "As ações são propostas no momento oportuno, mas lamentavelmente isso emperra quando chega no Judiciário", afirma. E cita as várias instâncias do Judiciário e o excesso de recursos legais a que os réus têm direito.

Para o cientista político Rogério Schmitt, da Tendências Consultoria, o resultado não surpreende e reflete a lembrança pelos entrevistados de um tema muito explorado pela mídia. "Atingiu um pico", disse. "Se for repetida no fim deste ano é provável que retroceda."





Fonte: AE

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