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Internacional
Segunda - 24 de Abril de 2006 às 07:21

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As duas Coréias decidiram hoje promover sua cooperação para reduzir os focos de tensão existentes na península, entre eles a crise do programa nuclear norte-coreano e o caso dos sul-coreanos prisioneiros do regime comunista.

Com certo ceticismo oculto nas palavras de boa vontade pronunciadas, foi encerrada em Pyongyang a reunião de quatro dias entre ministros das duas Coréias cujo principal objetivo era aumentar o grau de confiança entre os históricos inimigos.

Os dois países assinaram um comunicado em que se comprometem a trabalhar conjuntamente por uma solução pacífica do programa nuclear e a adotar medidas práticas para diminuir a tensão militar e manter a paz na península coreana.

As conversas sobre o programa nuclear norte-coreano permanecem estagnadas desde novembro, quando Pyongyang decidiu boicotar o diálogo entre as duas Coréias, Japão, China, Rússia e Estados Unidos, enquanto os americanos mantêm sanções a várias instituições financeiras próximas ao regime comunista.

No comunicado adotado hoje se estabelece que "o Sul e o Norte decidiram se esforçar para obter uma península coreana livre de armas nucleares e implantar a declaração conjunta de 11 de setembro".

Esta declaração foi assinada pelas seis partes negociadoras sobre o programa nuclear em setembro de 2005 e nela a Coréia do Norte se compromete a abandonar seu programa de fabricação de armas atômicas em troca de ajuda econômica e outros benefícios.

Pyongyang anunciou em 10 de fevereiro de 2005 que possui armas nucleares e até agora não deu nenhum passo definitivo para cumprir o compromisso de 11 de setembro do ano passado.

Em relação ao assunto dos cidadãos sul-coreanos que foram feitos prisioneiros de guerra na Coréia do Norte ou que foram seqüestrados por agentes norte-coreanos desde o fim do conflito (1950-1953), Pyongyang se propôs a analisar o caso e tentar resolvê-lo.

No entanto, o comunicado não se refere a esses sul-coreanos desaparecidos como prisioneiros ou seqüestrados.

"O Sul e o Norte decidiram trabalhar juntos para resolver o assunto das pessoas cujo destino permanece incerto desde a guerra", afirmaram os delegados dos dois países na declaração final da 18º conferência interministerial entre as duas Coréias.

Seul acredita que cerca de 600 ex-combatentes sul-coreanos que foram feitos prisioneiros na guerra estão vivos na Coréia do Norte, além de 485 civis seqüestrados por agentes de Pyongyang desde o fim do conflito.

A Coréia do Norte explica que não há prisioneiros de guerra, que nunca seqüestrou ninguém e que os sul-coreanos que estão no país desertaram por conta própria.

Apesar de tudo, a delegação sul-coreana se comprometeu nesta segunda-feira a fornecer maior ajuda econômica ao Norte em troca da solução deste caso.

No comunicado, as duas Coréias convocaram a próxima rodada de negociações interministeriais para entre 11 e 14 de julho, na cidade sul-coreana de Pusan, no litoral leste do país.

Além disso, os dois países realizarão conversas sobre questões econômicas em maio, a fim de analisar as medidas precisas para promover a cooperação bilateral neste âmbito, na prática com um programa de desenvolvimento conjunto do estuário do rio Han, na região que separa as duas Coréias.

A delegação sul-coreana nas negociações que terminaram hoje era liderada pelo ministro da Unificação do Sul, Lee Jong-seok, e a norte-coreana, pelo conselheiro governamental, Kwon Ho-ung.

Estas conversas ministeriais são o canal de comunicação de mais alta categoria entre as duas Coréias e foram lançadas após a cúpula histórica que em junho de 2000 reuniu em Pyongyang o então presidente sul-coreano, Kim Dae-jung, e o líder da Coréia do Norte, Kim Jong-il.





Fonte: EFE

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