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Politica Brasil
Sexta - 20 de Janeiro de 2006 às 10:38

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O pai de Jill Carroll, a jornalista americana seqüestrada no Iraque, e o principal partido político árabe sunita pediram hoje a libertação da repórter horas antes de terminar o ultimato dado pelos seqüestradores. O pai de Carroll, repórter que trabalha para o jornal americano The Christian Science Monitor, fez um apelo desesperado através das televisões Al Jazira e Al Arabiya.

"Quero falar diretamente com os seqüestradores da minha filha, já que talvez sejam pais como eu. Minha filha não tem nenhum poder para conseguir libertar ninguém", disse Jim Carroll às redes árabes em uma declaração gravada em Washington.

O pai lembrou aos seqüestradores, que ameaçaram executar hoje a jornalista se os Governos de Bagdá e de Washington não libertarem todas as mulheres iraquianas presas, que sua filha "é uma jornalista, uma pessoa inocente".

"Vocês podem se beneficiar dela como jornalista para que faça chegar a voz dos iraquianos ao mundo", acrescentou.

No mesmo sentido se manifestou a Frente do Acordo Nacional, uma aliança dos três principais partidos árabes sunitas, que também pediu hoje a libertação de Carroll.

Hussein Al Faluyi, porta-voz da Frente, disse à EFE que seu grupo "fez um pedido de libertação aos seqüestradores da jornalista para que a coloquem imediatamente em liberdade".

"Ela se distingue por seu elevado profissionalismo, o que se confirma ao ser uma das figuras que pediu a rápida retirada das forças de ocupação do Iraque em seus artigos", acrescentou Al Faluyi.

O porta-voz lembrou que Adnan Al-Duleimi, líder da Frente, fez também esta manhã um pedido para a libertação da seqüestrada, que foi capturada após entrevistá-lo em Bagdá, em 7 de janeiro.

Al-Duleimi prometeu que a demanda dos seqüestradores - a saída das prisões iraquianas de todas as mulheres - será assumida por seu grupo como uma das principais exigências quando começarem a fazer parte do Governo.

Os seqüestradores de Carroll, as "Brigadas da Vingança", exigiram na noite da terça-feira a libertação de todas as detidas do Iraque em 72 horas, e ameaçaram executar sua refém se as exigências não forem cumpridas.

A mãe de Carroll também pediu que os seqüestradores libertem a jornalista, e insistiu, na rede americana CNN, que sua filha estava no Iraque para mostrar o sofrimento da população.

"Aplicar uma vingança sobre minha filha inocente, que ama o Iraque, não será justiça. Digo aos seqüestradores que o bem-estar de Jill depende de vocês. Peço que garantam que volte sã e salva para casa, para a família que precisa dela e que a ama", disse.

Desde dezembro permanecem seqüestrados quatro pacifistas cristãos - dois canadenses, um britânico e um americano -, um eletricista americano e um motorista jordaniano, sobre os quais não há notícias desde que os grupos que os capturaram ameaçaram matá-los, há semanas.

Também hoje, dois civis iraquianos morreram e outros três ficaram feridos na explosão de uma bomba perto de uma patrulha militar americana em um bairro do sudeste de Bagdá, informou à EFE uma fonte da segurança local.

A explosão aconteceu às 10h30 (5h30 de Brasília), na avenida Moaskar Al Rachid, na área de Maamal Mechen, disse o capitão da Polícia Ahmad Abdula, acrescentando que o atentado não causou perdas humanas nem materiais aos militares americanos, que se deslocavam em quatro veículos.

A mesma fonte informou que a explosão de uma bomba ocorrida nesta manhã contra uma patrulha policial iraquiana na avenida Palestina, em Bagdá, deixou três agentes feridos.





Fonte: EFE

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