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Agronegócios
Quarta - 30 de Novembro de 2005 às 14:40
Por: Raquel Massote

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Belo Horizonte, 30 - O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse ontem à noite na capital mineira que as primeiras estimativas sobre os reflexos do reaparecimento da febre aftosa no Brasil são de uma queda de US$ 250 milhões a US$ 260 milhões nas exportações de carne bovina este ano. A expectativa era de que as vendas externas totais de carne atingiriam em 2005 US$ 3,1 bilhões. "Esta é a expectativa por enquanto, mas tem havido uma valorização da carne bovina lá fora e ainda é cedo para fechar esta definição, mas o horizonte hoje é esse", afirmou.

Rodrigues admitiu que a demora na conclusão dos exames de amostras colhidas no Paraná tem prejudicado a imagem brasileira no exterior. Entretanto, afirmou que espera solucionar a questão de maneira definitiva. "Nós temos de cumprir todo o ritual e estamos apostando que nos próximos dias teremos uma definição quanto a esse tema", disse.

De acordo com o ministro, o Brasil não perdeu o controle sobre a doença, mas segundo avaliou, houve "um relaxamento geral". "É um acidente de percurso que se deve a uma espécie de relaxamento geral, uma tranqüilidade quanto à ausência da doença", considerou. Para o ministro, o recrudescimento da aftosa no País poderá servir de aviso para todos os representantes do setor produtivo, para que não relaxem no controle. "Quem deixar de cumprir os seus compromissos essenciais acaba pagando um preço muito caro".

Embora afirme que já existe uma certa compreensão de que o governo brasileiro tomou todas as providências, o ministro afirma que o País ainda tem de buscar reconquistar a credibilidade no exterior e retomar as exportações para os países que impuseram embargo à carne brasileira. "A expectativa é de que nos próximos 60 ou 90 dias, nós consigamos reverter esse processo", observou. Roberto Rodrigues participou na noite de ontem, em Belo Horizonte, da posse da nova diretoria da Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg).

O ministro avaliou que o câmbio será um fator determinante, em 2006, para a recuperação das perdas com a quebra da safra de grãos este ano. "Temos um horizonte na área de grãos ainda não muito otimista para o ano que vem". Conforme relatou, existem estimativas de queda na área plantada de 5% este ano que seriam somadas à redução na aplicação de calcário, fertilizantes, defensivos e sementes. Por causa disso, a perspectiva é de que a próxima safra de grãos atingirá um total de 120 milhões de toneladas, em comparação com volume de 112 milhões de toneladas colhidas neste ano.

"A safra de grãos para o ano que vem não será expressiva, do tamanho que o Brasil pode produzir", afirmou. Por outro lado, segundo avaliou o ministro, os preços internacionais ainda estão baixos, de modo que o faturamento bruto da agricultura brasileira do ano que vem dependerá fundamentalmente da questão cambial", disse.

Conforme Rodrigues, a expectativa é de que a flexibilização na redução da taxa de juros acabe trazendo reflexos para a valorização do dólar. "É isso que vai definir o que vai acontecer de fato no ano que vem, mas de qualquer maneira o setor de grãos não terá um horizonte favorável no primeiro semestre", acredita. Para os setores de carne, café, açúcar, álcool e suco de laranja, a expectativa é de um desempenho melhor em virtude dos preços internacionais valorizados.




Fonte: Agência Estado

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