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Economia
Sexta - 25 de Novembro de 2005 às 14:49

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Crescem os sinais de que a economia brasileira crescerá bem menos do que o esperado neste ano. A cada dia, mais instituições reduzem as projeções para a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) em 2005. Divulgados ontem, os resultados do emprego e das contas externas de outubro sugerem que o nível de atividade continuou baixo.

A taxa de desemprego permaneceu estável. Notícia nada positiva para o mês. "Contrariando a idéia de um final de ano mais aquecido, a estabilidade de desemprego sugere um mercado de trabalho razoavelmente estagnado", diz relatório da Rosenberg & Associados. Além da estagnação do nível de emprego, a renda caiu, outro sinal de que a economia ainda patinava após ter praticamente encolhido no terceiro trimestre.

Por outro lado, as importações não crescem com o ritmo esperado para o caso de uma economia relativamente aquecida, o que sugere que consumidores e, principalmente a indústria, não compram produtos finais e insumos, esperando por sinais melhores de desempenho econômico.

Apesar de o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) só divulgar o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) na próxima quarta-feira, já é quase consenso que, na melhor das hipóteses, a economia ficou parada. A maioria dos analistas, no entanto, projeta pequena queda no PIB entre julho e setembro, quando a comparação é com o trimestre anterior. Quem ainda não reviu suas projeções para o ano e para o terceiro trimestre só espera a divulgação do IBGE para fazê-lo de forma mais acurada, e para baixo.

Produção menor

Carlos Thadeu Filho, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), espera taxa entre --0,4% e 0% para o PIB do terceiro trimestre. Baseado nos resultados da expedição de papelão e na produção de veículos, ele diz acreditar que a indústria viu a produção encolher em cerca de 0,5% no mês de outubro, sinal de que, pelo menos até o mês passado, a economia não voltou a se expandir.

A consultoria Tendências já havia revisto suas projeções para o terceiro trimestre. Espera pequena retração do PIB no terceiro trimestre e crescimento de modestos 2,8% no ano. Ainda assim, relatam os analistas da consultoria em comunicado, o resultado do trimestre passado é pontual e passageiro. Ou seja, eles esperam por um repique no nível de atividade ainda no final do ano. "No quarto trimestre, com aumento de renda real, recuperação dos indicadores de confiança e continuidade da queda de juros, deverá haver uma recuperação de vendas no comércio, com impacto forte na indústria sobretudo em novembro e dezembro", escreveram os economistas da Tendências.

Um pouco mais pessimista, o CSFB projeta crescimento de apenas 2,5% neste ano. Menos ou mais otimistas, os analistas não esperam nada muito superior a 3%. Aliás, quem esperava taxa parecida há menos de dois meses estava no espectro de analistas considerados pessimistas. Hoje, são os mais otimistas que crêem que a economia ainda consiga se expandir 3% ou um pouco mais.

Na quarta-feira, com a divulgação do PIB, economistas do setor privado e público devem rever todas as suas estimativas. Por um lado, as projeções para 2005 devem vir para baixo, principalmente se a queda do terceiro trimestre for maior do que a esperada. Por outro, mercado financeiro e consultorias devem rever o que eles chamam de curva de juros.

Com a atividade em baixa, aumenta a ociosidade na indústria. O desempenho da economia fica aquém do potencial. Ou seja, cria-se, no jargão dos técnicos do Banco Central, um hiato de produto um pouco maior. Assim, os juros podem cair um pouco mais rápido. É essa, esperam analistas como Luis Fernando Lopes, do Banco Pátria, que deveria ser a reação do BC no caso de a freada se mostrar mais grave do que se imagina até agora.





Fonte: 24 HorasNews

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