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Internacional
Quinta - 24 de Novembro de 2005 às 13:15

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Pela primeira vez uma mulher foi presa na Argentina acusada de prática de torturas durante a ditadura de 1976-83. Leoni Susana Auad, 53 anos, foi presa na província de Tucumán, no norte do país, por ordem do juiz federal Jorge Parache, que a acusa de ser torturadora e interrogadora em um campo de concentração do distrito durante o regime militar.

A mulher, uma arquiteta que trabalha no município da capital provincial, foi presa depois que se apresentou na secretaria de Direitos Humanos reclamando uma indenização como suposta prisioneira política da ditadura. Segundo as denúncias, Leoni atuou em um centro clandestino de detenção que funcionou em uma instalação do Exército terrestre em Tucumán, no qual desapareceram 254 opositores.

Conhecida como "Estela", "Piturra" ou "La Flaca", teria participado em torturas e interrogatórios de opositores e esses apelidos figuram nos testemunhos de sobreviventes recolhidos por uma comissão formada depois da ditadura, apesar de não ser conhecida por nome e sobrenome.

Ao reclamar a indenização ante a justiça, a mulher se apresentou usando o apelido Piturra. Um policial, identificado como Omar Torres, denunciou à justiça que "tal Piturra" participava nas operações de seqüestros de opositores. Ela será interrogada hoje pela Justiça.

Dezenas de repressores durante a ditadura estão detidos na Argentina, inclusive altos dirigentes como o ex-ditador Jorge Videla, sob prisão domiciliar por ter mais de 70 anos. Cerca de 30 mil opositores desapareceram durante o regime de fato, de acordo com entidades humanitárias.





Fonte: AFP

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