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Internacional
Quarta - 23 de Novembro de 2005 às 20:40

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Milicianos do grupo xiita libanês Hisbolá e soldados israelenses se enfrentaram de forma intensa hoje no sul do Líbano, no segundo confronto na região nos últimos dois dias.

Como já tinha acontecido na última segunda-feira, os dois lados se acusaram mutuamente de iniciar o enfrentamento desta quarta-feira, igualmente confuso.

Segundo disse à EFE fontes do grupo xiita, unidades do Exército israelense tentaram penetrar na região de Maizal Jabal, perto da fronteira entre os dois países, e foram repelidos por guerrilheiros da Resistência Islâmica, braço armado do Hisbolá.

No entanto, fontes militares de Israel disseram que seus soldados abriram fogo para proteger a retirada de um civil israelense que havia sido empurrado para o território libanês por uma corrente de vento enquanto ele fazia um vôo de asa-delta.

O incidente revela o grau de tensão que existe na fronteira libanesa-israelense, multiplicado após o duro combate armado da segunda-feira, o mais grave desde que o Exército de Israel abandonou o sul do Líbano, há cinco anos, após 22 anos de ocupação.

Pelo menos quatro membros da Resistência Islâmica morreram e 11 israelenses - entre civis e militares - ficaram feridos no combate, que durou mais de três horas.

O Hisbolá lançou centenas de projéteis contra posições israelenses, e caças-bombardeiros israelenses bombardearam diversos redutos da resistência.

O porta-voz da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul), Milos Strugger, reiterou hoje que a situação na fronteira é tensa, mas ressaltou que desde ontem à noite tem havido contatos com israelenses e libaneses para devolver a calma à região.

Além disso, revelou que a Finul intensificou hoje suas patrulhas ao longo da "linha azul", estabelecida pela ONU no ano 2000 para certificar-se da retirada israelense.

Hoje, a aviação israelense distribuiu milhares de panfletos sobre o sul do Líbano advertindo à população sobre as possíveis represálias caso haja novos ataques do Hisbolá.

Alguns panfletos ressaltavam que o grupo "é um instrumento nas mãos de seus líderes iranianos e sírios" e que suas operações "podem devolver a destruição" ao país.

Outros, mais agressivos, destacavam que "o Hisbolá é a causa do enorme dano sofrido pelo Líbano".

Em outros folhetos, todos assinados pelo "Estado de Israel", havia perguntas como: Cidadãos libaneses, quem protege o Líbano? Quem mente para vocês? Quem envia seus filhos para combater quando ainda não estão preparados? Quem deseja que o país retorne à destruição? Em uma frase irônica para um país que durante 22 anos sofreu a invasão israelense, um dos panfletos garantia que "Israel está decidido a proteger os cidadãos libaneses".

O Exército do Líbano reagiu horas depois com um comunicado no qual acusou o país vizinho de tentar criar inimizade entre as diferentes comunidades libanesas.

"Este ato revela as intenções agressivas do inimigo israelense, que nos últimos dias intensificou as violações do espaço aéreo, marítimo e terrestre" do Líbano, explicou a autoridade militar em comunicado.

"O inimigo é incapaz de nos enfrentar em nosso território", disse o Hisbolá sobre este tipo de ação de propaganda. Durante anos, o grupo xiita libanês liderou a luta contra Israel, que no último século invadiu duas vezes o sul do Líbano.

No entanto, a organização considera que a luta não terminou, já que os soldados israelenses permanecem nas chamadas fazendas de Cheba, um território estratégico na fronteira entre Israel, Síria e Líbano.

Israel, assim como a ONU, considera que Cheba é parte dos montes sírios do Golã, conquistados por Israel em 1967.





Fonte: EFE

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