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Politica Brasil
Quarta - 23 de Novembro de 2005 às 08:05
Por: Marcia Raquel

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A defesa de Cláudio Pires vai pedir a sua condenação por crime de peculato culposo, ou seja, por negligência. Em depoimento prestado ontem à juíza Célia Regina Vidotti, da 5ª Vara Criminal de Cuiabá, o ex-presidente da Imprensa Oficial de Mato Grosso (Iomat) afirmou que desconhecia os atos praticados pela ex-diretora do Órgão, Dilma Mota Cursino, que também prestou depoimento ontem e afirmou que agia conforme as ordens de Cláudio Pires.

Cláudio Pires, que está preso na Polinter, e Dilma Cursino são réus em ação penal que investiga o desvio de R$ 152 mil da Iomat em 2005. O depoimento dos dois durou mais de três horas e meia. Dilma se recusou a falar com a imprensa e Cláudio Pires entrou na sala da audiência por meio de uma ala restrita à imprensa. A juíza não permitiu que a imprensa acompanhasse os depoimentos.

Conforme o advogado de Pires, Waldir Caldas Rodrigues, o ex-presidente reconhece que cometeu o crime de peculato por negligência, uma vez que só teria tomado conhecimento do que estava acontecendo no órgão que presidia desde janeiro de 2003, quando recebeu o resultado da auditoria realizada pela Secretaria de Estado de Administração (SAD). “Houve uma confiança exagerada dele na sua coordenadora geral e diretora financeira”, argumentou o advogado.

A defesa de Pires sustenta que não há provas documentais contra ele. “Tudo está no nome dela”, enfatizou Waldir Caldas, ao observar que tanto Pires quanto Dilma negaram que tivessem qualquer envolvimento pessoal. A pena para crime de peculato doloso (quando há intenção), conforme o advogado, é de dois a oito anos, porém, no caso de peculato culposo, há uma redução. “Não se sabe ainda se vai chegar à detenção, porque isso quem decide é o juiz”, disse.

Segundo o promotor José Medeiros, Dilma Cursino insiste na versão de que teria realizado os desvios por ordem de Cláudio Pires. “Ela disse que tinha medo de perder o emprego”, relatou o promotor.

Quanto ao fato de o apartamento que foi comprado com recursos desviados da Iomat em nome de Dilma ter sido usado pela ex-esposa de Pires, Wilza Calazans, Pires disse que Dilma teria emprestado o imóvel porque as duas eram amigas. Porém Dilma sustenta que o imóvel era de Cláudio e que estava em seu nome porque ele estaria com o nome registrado na Serasa. “Ficou aquele jogo de gato e rato, um acusando o outro”, ponderou o promotor.





Fonte: Diário de Cuiabá

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