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Educação/Vestibular
Quarta - 23 de Novembro de 2005 às 07:42
Por: Silvana Guaiume

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Campinas (SP) - O Programa Mais Visão entregou nesta terça-feira 118 óculos a alunos de 1.ª e 2.ª séries do ensino fundamental de 21 escolas municipais de Campinas. Das 4.300 crianças avaliadas inicialmente por professores, 876 passaram por uma triagem médica e 250 foram encaminhadas para consulta, sendo que 118 precisavam de lentes corretivas.

"Muitas já vinham com a receita de médicos da rede pública, mas relatavam que não podiam comprar os óculos", comentou o coordenador do projeto, o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto.

Queiroz destacou a importância de essas crianças terem acesso à visão. "Isso é um problema sério e grave. Sem óculos, terão muitas dificuldades na infância e na vida adulta", defendeu. Alegou que 85% do aprendizado está relacionado à visão e sugeriu a criação de um programa social para subvenção de óculos à população carente.

"Se não tivesse ganho, não teria condições de comprar", comentou Vaiomilta Ferreira dos Santos Silva, mãe de Emanuel, de 7 anos, uma das crianças atendidas pelo programa. Depois de receber os óculos, o menino fez questão de exibi-los e explicar que as lentes mudam de cor, conforme a incidência de luz.

A mãe comentou que o menino começou a apresentar problemas de visão quando freqüentava a creche, passou por vários médicos e apenas agora teve a miopia diagnosticada no olho direito. Ela trabalha como merendeira, mas contou que está afastada do trabalho por causa de tendinite e depressão. "Ganhar os óculos me ajudou bastante."

Jaqueline Garcia de Oliveira, de 7 anos, usa lentes corretivas desde os 4 anos por causa de hipermetropia. O pai Luiz Roberto de Oliveira, metalúrgico, contou que precisava trocar os óculos da filha, mas estava adiando porque custam caro. Na última vez, há pouco mais de um ano, pagou R$ 280 pela armação e lentes. "É um dinheiro que faz falta", alegou.

Segundo Queiroz, 11 crianças apresentaram estrabismo e 27, casos irreversíveis de ambliopia, conhecida como "olho preguiçoso". Houve ainda um caso de coloboma de coróide, que provoca baixa visão, um de má formação congênita, um de toxoplasmose que levou à cegueira em um olho e dois de catarata congênita, encaminhados para cirurgia. "Esse tipo de catarata precisa ser diagnosticado após o nascimento e operado até 45 dias depois", alertou.

Das 118 crianças que receberam os óculos, 40% têm hipermetropia (dificuldade para enxergar de perto), 38% miopia (dificuldade para enxergar de longe) e 22% astigmatismo (dificuldade para enxergar de perto e de longe). O Programa Mais Visão, que teve a segunda edição este ano, é desenvolvido pela Fundação Penido Burnier com apoio de empresas privadas que doam as armações, lentes e montagens.





Fonte: Agência Estado

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