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Nacional
Domingo - 20 de Novembro de 2005 às 08:44
Por: Mariana Caetano

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São Paulo - Enquanto o presidente Lula dá declarações contraditórias a respeito de sua candidatura à reeleição, o PT já deu a largada na preparação de seu programa de governo. Já se sabe que irá propor uma política econômica muito diferente da atual e que terá a educação como norte de um novo projeto de desenvolvimento - que se pretende capaz de promover o crescimento e a redistribuição de renda.

Ex-presidente do PT, Tarso Genro está "convicto" de que Lula disputará o segundo mandato, conforme "o desejo de 90% da militância petista" a ser confirmado no encontro da legenda, em abril. "O partido deseja a reeleição, mas a decisão final é do presidente Lula e ele disse que só decidirá no ano que vem", disse o presidente do partido, Ricardo Berzoini.

Ao mesmo tempo que o País assiste à polêmica entre os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e da Casa Civil, Dilma Roussef, a respeito dos rumos da política econômica, o PT procura um programa que não deposite todas as esperanças de mudança apenas no crescimento do País. "O Brasil não terá mudança profunda apenas pelo crescimento econômico", assinalou Berzoini na abertura do seminário O PT e o Futuro do Brasil, promovido hoje pelas fundações Perseu Abramo e Friedrich Ebert.

A Educação "é o instrumento mais efetivo" para a mudança de patamar produtivo e de direitos sociais, segundo Berzoini. "A Educação deve ser incorporada à agenda econômica do governo", endossou o ministro Fernando Haddad, depois de atribuir o "constrangimento" dos investimentos públicos às metas de inflação e contenção da dívida pública.

O debate, com ênfase na educação e mais pró-Dilma que Palocci, repetiu-se ao longo de todo o dia. Segundo o cientista político Juarez Guimarães, Lula não será reeleito se apenas "apresentar mais do mesmo". Tarso levou uma proposta de "flexibilização das metas sem renunciar à estabilidade". Entre outras idéias, sugeriu a redução da meta do superávit primário de 4,25% para 4% do PIB.

Segundo o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, a política monetária atual é "estúpida" e o Estado brasileiro precisa controlar o sistema financeiro. Guimarães definiu o Banco Central como "casamata liberal", cedida ao PSDB, e condenou a proposta de autonomia da instituição.

Assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia ressaltou que a crise petista se deve em boa parte ao fato de o PT ter se transformado em "correia de transmissão do governo". Defendeu "o debate democrático", inclusive na polêmica sobre a política econômica, mas cobrou a defesa do governo. "A disputa política se dará também em cima da discussão de resultados. Temos de travar diariamente esse enfrentamento", afirmou Berzoini, antes de apoiar a manutenção de Palocci no cargo.





Fonte: Agência Estado

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