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Agronegócios
Sábado - 23 de Abril de 2005 às 14:02

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Num primeiro momento, a meta é reunir num espaço de 12.600 metros quadrados (1,26 hectare) as condições necessárias para a subsistência do pequeno produtor e, mais tarde, em outra fase, proporcionar a exploração econômica da propriedade. Tal programa, conhecido como Vida Nova e que foi colocado em prática pelo Governo do Estado, já produziu resultados nos 40 projetos instalados em diferentes regiões do Estado. A intenção, agora, é que até o fim do ano esteja instalada uma unidade em cada município de Mato Grosso. Isso significa que pelo menos mais 100 famílias serão beneficiadas no programa que é executado numa parceria do Governo Federal com o Governo do Estado por meio da Empaer (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural).

Os projetos já instalados estão nos municípios da Baixada Cuiabana, no Baixo Araguaia (a maioria), em Rondonópolis, Cáceres e Alta Floresta. O módulo de Rondonópolis, implantado no ano passado, está instalado numa área padrão dentro de parque (que tem no total 170 hectares) que abriga a Agrishow Cerrado 2005 e foi visitado nesta quarta-feira por mais um grupo de pequenos produtores. Entre os visitantes estava o governador Blairo Maggi que perguntou ao morador José Luiz como estava a sua vida. “Dá para sustentar minha família [mulher e três filhos] e ainda ficar com dinheiro no bolso”, disse José Luiz, 52 anos. Nascido em São Paulo, ele veio para o Estado em 1968 e hoje se considera mato-grossense.

Também acompanharam o governador na visita o secretário Cloves Vettorato (Projetos Estratégicos), presidente da Fundação Mato Grosso e da Agrishow Cerrado, Hugo de Carvalho Ribeiro, dos deputados Hermínio J. Barreto, José Carlos do Pátio, o secretário-adjunto de Agricultura Familiar da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Jilson Francisco, o presidente da Empaer, Aréssio Paquer e técnicos do órgão.

Desde quarta-feira, quando começou a programação voltada à agricultura familiar, o modelo já foi visitado por cerca de 1.200 pequenos produtores de 42 municípios do Estado. Os agricultores também assistiram palestras, a demonstração de máquinas, visitaram estandes e conheceram a novas tecnologias. “Eles saem daqui com uma idéia muito boa do que podem fazem em suas propriedades com um custo muito baixo, utilizando o que eles já têm. Ocorre que às vezes falta organização e aqui eles estão vendo na prática um pequeno agricultor tendo uma condição de vida excelente”, disse Aréssio Paquer.

No módulo do seu José Luiz ele planta de acordo com o modelo do Vida Nova, já está tirando renda vendendo excedentes da produção, como ovos, galinhas, mudas de citros e também cana-de-açúcar. Maggi e os visitantes puderam, inclusive, provar o sabor da garapa proveniente da cana esmagada numa moenda ao lado do canavial. A cana pode servir também de alimento par as vacas leiteiras. O atual estágio do módulo vem superando aquilo que a Empaer queria comprovar tecnicamente. Ou seja, a partir da fase da subsistência o produtor começa a explorar economicamente sua propriedade.

A área tem espaço para horta medicinal, produtos granjeiros como alface, couve, cebolinha, rúcula e rabanete. A produção, em dez metros quadrados, é suficiente para o consumo e ainda sobra. No pomar, podem ser plantados laranja, limão, pocan, abacate, goiaba, manga, banana e coco-anão. José Luiz planta ainda arroz, feijão, milho, cana de açúcar, mandioca. Um espaço de 625 metros quadrados é destinado para a avicultura, suinocultura e caprinocultura. Na área podem ser criadas 20 aves (galinhas caipiras), um suíno e duas cabras.

De acordo com o coordenador regional da Empaer Joaquim Santiago, aplica-se ali o sistema de rotação de cultura. Além do módulo implantado nesse município, produtores de Campo Verde e Paranatinga também fazem uso do sistema. “ Outra inovação esse ano foi a introdução do plantio direto no cultivo do feijão”, explicou Santiago, que é responsável pelo programa na região de Rondonópolis. Outra novidade na propriedade do seu José Luiz é um forno que pode ser construído com tijolo ou barro e que não custa mais do que R$ 70. Com pouca madeira, pode se aquecer um tambor que fica dentro do forno e acima do fogo. Segundo seu José Luis, não levou nem uma hora para assar um frango e um pedaço de costela, que ele exibia aos visitantes. “O calor fica conservado dentro do tambor”, explicou.

Os produtores que visitaram a Agrishow Cerrado vieram acompanhados por técnicos da sua região. Ao retornarem, eles terão a assistência do mesmo técnico para a implantação do sistema. Os investimentos necessários para viabilizar o projeto vêm de alguns programas como o Pronaf A, que libera R$ 15 mil para o projeto. As casas construídas para os assentados são construídas com recursos do Incra e custam cerca de R$ 11 mil.





Fonte: Secom - MT

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