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Internacional
Quinta - 21 de Abril de 2005 às 15:20

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Madri - Vinte e quatro possíveis integrantes de uma célula da Al-Qaeda, a maioria de origem síria e marroquina, serão julgados na sexta-feira, na Espanha, acusados de usar o país como base para orquestrar os ataques terroristas de 11 de setembro.

O principal suspeito é Imad Yarkas, de 42 anos, que sob o disfarce de vendedor de automóveis usados, supostamente supervisionava uma célula que proporcionava cobertura logística para conspiradores do atentado de 11 de setembro, como Mohamed Atta, que acredita-se ter sido o piloto de um dos aviões que destruiu o World Trade Center.

O julgamento marca o fim de uma investigação de oito anos feita pelo promotor Baltasar Garzón, que revelou como extremistas muçulmanos - que aparentemente levavam vidas tranqüilas como empresários ou trabalhadores - na realidade operavam sem restrições na Espanha durante anos, provavelmente recrutando pessoas para receberem treinamento terrorista no Afeganistão, pregando a guerra santa e lavando dinheiro para operações da Al-Qaeda.

Com os processos, a Espanha é o segundo país do mundo depois da Alemanha - outro local usado para preparar os ataques - a levar a juízo suspeitos do 11 de setembro.

Outros dois suspeitos também estão sendo acusados de ajudar a planejar o massacre: o marroquino Driss Chebli, de 33 anos, que supostamente ajudou Yarkas a organizar uma reunião na Espanha em julho de 2001. Nesta reunião estavam presentes Atta, o coordenador dos ataques de 11 de setembro Ramzi bin al-Shibh e o sírio Ghasub al-Abrash Ghalyun, que registrou em vídeo tomadas detalhadas do World Trade Center e outros lugares famosos quando visitou os Estados Unidos em 1997.

Essas fitas foram entregues a integrantes da Al-Qaeda e se tornaram a informação preliminar dos ataques, escreveu Garzón em uma acusação formal apresentada em setembro de 2003 contra os três homens e outros 32 suspeitos, incluindo Osama bin Laden. Posteriormente, outras 41 pessoas foram incluídas na acusação.

Pelas leis espanholas, o terrorismo pode ser perseguido no país, ainda que tenha sido cometido em outro país, se os tribunais do local atingido pelo terrorismo não estiverem julgando o ato. Garzón argumenta que também pode processar a Al-Qaeda pois a conspiração foi arquitetada, em parte, na Espanha.

Entretanto, o advogado de Yarkas, Jacob Teijelo, insiste que a Espanha não tem jurisdição para julgar esse caso, porque os Estados Unidos já iniciaram um procedimento legal contra o francês Zacarias Moussaoui, a única pessoa acusada formalmente nos EUA pelos atentados de 11 de setembro.





Fonte: AP

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