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Nacional
Quinta - 31 de Março de 2005 às 08:47
Por: Lourenço Melo

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Brasília – O vice-presidente da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) de São Paulo, César Morales, disse que a despesa mensal do estado com cada interno da instituição, da ordem de R$ 1.800,00, pode ser entendida quando comparada ao custo por aluno na rede estadual de ensino, que é de R$ 300,00. Ele lembrou que a Febem oferece assistência médica, psicológica, atividades esportivas, programas de assistência religiosa, cultural e familiar e tudo isso supera muito os gastos de uma escola.

Da TV Cultura de São Paulo, César Morales participou, nessa quarta-feira (30) à noite, do programa Diálogo Brasil, transmitido em rede pública de televisão. Da TVE Brasil, no Rio de Janeiro, falou o diretor do Departamento de Ações Socioeducativas do governo estadual, Sérgio Novo. Em Brasília, o convidado foi o padre salesiano Agnaldo Soares Lima, secretário Especial de Infância e Juventude da cidade de São Carlos (SP).

A Febem paulista, segundo César Morales, tem 9 mil funcionários que atendem a 6 mil internos, além de 14 mil adolescentes em situação de liberdade assistida. Sérgio Novo afirmou que o custo mensal do menor infrator no Rio fica entre R$ 1.600 e R$ 1.700, o que não considera um valor excessivo. Ele defendeu um trabalho em nível nacional para solucionar o problema do menor infrator, "porque não está se tratando de uma ilha, mas de um continente. Quando falamos em democracia nós falamos na liberdade de todos decidirem", acentuou. O assunto tem de ser tratado de forma mais séria, mais aplicada, com verbas específicas, segundo o diretor. Ele acha que o atendimento ao menor deveria ser municipalizado, mas dentro de uma política de Estado que contemple a questão socioeducativa.

O padre Agnaldo Soares Lima não acredita que a divisão da Febem em unidades que acomodem menor número de adolescentes, como pretende o governo paulista, resolva totalmente o problema. Lembrou que já viu casos "em que depois de três semanas de funcionamento, unidades com oito adolescentes já registravam rebelião". O salesiano entende que a questão envolve planejamento mais amplo, levando em consideração a própria arquitetura da unidade, de forma a impedir que o adolescente se comporte como bandido.

Para o padre Agnaldo Lima, do porteiro que recebe o infrator até o diretor da unidade, todos têm de estar preparados para o trabalho de educação. Ele disse que as medidas em torno do infrator têm que ser rápidas porque o jovem está acostumado com a rapidez. O salesiano lembrou que um adolescente comete um delito e fica entre 6 meses e 2 anos para receber punição. Ele considerou que a integração de todos os setores envolvidos na recuperação do menor infrator em São Carlos, no interior de São Paulo, fez da cidade um exemplo no trato da questão.

O vice presidente da Febem paulista afirmou que agilizar a justiça é uma tarefa dificílima no mundo inteiro, e o papel do Poder Judiciário em relação ao adolescente é essencial. Para ele, o bom relacionamento da Febem com o Judiciário é muito importante para a solução do quadro atual no estado. Morales apóia a decisão do governo paulista de deslocar a Febem para a Secretaria de Justiça, a fim de criar essa proximidade.





Fonte: Agência Brasil

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