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Policia MT
Sexta - 30 de Novembro de 2012 às 09:14
Por: Dhiego Maia

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Ilustração

Os negros estão mais vulneráveis à violência em Cuiabá. É o que diz o estudo “A cor dos Homicídios no Brasil”, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da Presidência da República. De acordo com o levantamento, o número de assassinatos de pessoas declaradas negras na capital mato-grossense é quatro vezes maior que o número de casos registrados entre a população branca.

Em 2010, segundo o estudo, 41 pessoas que se declararam brancas em Cuiabá foram assassinadas. Já o número referente à população negra alcançou 179 casos. No país, a capital mato-grossense ocupa a 127ª posição no número de negros mortos. O estudo ainda mostrou que em 2010, a taxa de homicídios entre brancos em Cuiabá era de 22,7 para cada 100 mil habitantes e de negros atingia 49,8 para a mesma faixa populacional.

O estado de Mato Grosso também registrou aumento no número de assassinatos de negros. Entre 2002 e 2010, a quantidade de homicídios entre negros cresceu 18,3%. Só em 2010 foram assassinados 725 negros enquanto que 2002 fechou com 613 casos entre a população negra. O levantamento indicou um fenômeno inverso entre os brancos. No mesmo período pesquisado, o número de vítimas caiu 24,9%.

No ranking entre os 100 municípios do país com mais de 50 mil habitantes com as maiores taxas de homicídio entre negros, duas cidades de Mato Grosso são listadas: Primavera do Leste tem índice de 65,5, e é seguida por Várzea Grande, com 60,0.

O levantamento destaca que as taxas de homicídio entre a população negra estão associadas a fatores sociais e políticos. O estudo chama a atenção para a discrepância entre a remuneração da população negra que, via de regra, ganha menos que a população declarada branca.

O Censo do IBGE, em 2010, mostrou que no estado o salário do negro chega a ser 17% menor que o resto da população. Em média, a renda mensal do negro é de
R$ 633 enquanto que o branco ganha até R$ 744. O Censo apontou que 7,4% da população mato-grossense declarou-se negra, o correspondente a aproximadamente 224 mil pessoas em um universo de mais de três milhões de habitantes.

O estudo classifica como intolerável o nível atual de vitimização negra. “Se nada for feito de forma imediata e drástica, a vitimização negra no país poderá chegar a patamares inadmissíveis pela humanidade”, conclui o estudo.

O levantamento inclui mortes relacionadas a algum tipo de agressão e foi baseado em dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde.





Fonte: Do G1 MT

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